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 Catedral de Uppsala

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MensagemAssunto: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSex Set 06, 2013 3:49 pm


Catedral de Uppsala


Estocolmo
 

O cristianismo é a religião que abrange a maior parte do povo sueco e escandinavo, isto se deve a influência do Rei Érico XI que em sua passagem durante a idade-média propagou a fé cristã e a consolidou nas raízes da cidade e seus arredores. Entre seus feitos está a Primeira Cruzada da Finlândia na qual tinha como objetivo cristianizar os finlandeses pagãos, o fim deste conflito deu a Suécia o poder total sobre a Finlândia até o fim do século XIX. Érico morreu assassinado em 1160, no dia da Ascensão do Senhor, junto a Catedral da Velha Uppsala, quando saia da missa. Foi abordado por vários homens, derrubado de seu cavalo e decapitado. Sua importância histórica foi tanta que para muitos é considerado como um santo patrono, mesmo nunca tendo sido oficialmente canonizado. Em sua homenagem foi construída a arquidiocese da Igreja da Suécia onde se localiza a Catedral de Uppsala. Em seu entorno existem alguns belos jardins botânicos, um hospital e uma famosa universidade.


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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSex Set 06, 2013 10:55 pm








Nem sempre a saudade de executar um feitiço põe em prática a verdadeira saudade de um coração!




O relógio parecia emitir um ruido diferente do tão habitual silêncio que o antigo possuía. Este agora um tanto velho e desgastado sempre deixava escapar aquele barulho engraçado quando seus ponteiros encontravam o momento de uma hora exata. O velho Desrosiers nunca havia sido um homem de fé, nunca nem mesmo tinha tentado entender o que Deus significava aos olhos dos trouxas, mas sendo um bruxo de sangue puro conseguia perceber que muitas das perguntas sem repostas aos olhos dos trouxas tinham entendimento em seu mundo. Mas até mesmo os bruxos não tinham por onde escapar das indagações impossíveis, o departamento de mistérios as investigavam mas até hoje muitas ainda não tinham nem se quer uma sombra de solução e talvez por isso gostasse tanto de visitar as catedrais do cristianismo. Grandes templos como aquele no qual estava agora mirando sem nenhum sentido aparente através do vitral da torre do sino a mulher loira que se encontrava parada na calçada. Santorelli! Alexa Santorelli, típica bruxa problemática no qual tinha ouvido falar por todo seu tempo de peregrinação longe de Estocolmo e longe de sua nação. Ela era um dos muitos nomes presentes na "Mão de Deus", a lista secreta dos cavaleiros. Um grupo peculiar no qual era integrado, algo que nem mesmo ele gostava de pensar já que há muito não conseguia confiar nem mesmo em seus pensamentos.

A chuva gelada e branda, característica típica de Estocolmo embaçava o vidro diante de seus olhos e por puro esmero o faziam se perder em pensamentos por cada gota que observava. Não era mais um homem comum, não estava mais no ápice de sua juventude e não poderia mais cometer erros! Vinha observando Santorelli por muito tempo, sempre de longe e sem nunca deixar-se notar mas já era hora de finalmente confronta-la, revelar-se aos olhos da mulher e descobrir até que ponto ela o conhecia.

O vento ruidoso que soprava por fora das paredes de mármore antigo não tinham qualquer chance de entrar na torre do sino, mas para ele que já estava por ali por algumas horas era quase como natural senti-lo soprar em seu rosto, golpe comum de um cérebro que a todo momento perdia-se em confusões de pensamentos e picos elevados de memórias fragmentadas. - Ando realmente precisando de uma penseira, já é hora de voltar a calmaria de um bom descanso, mas não nessa noite... - Os olhos tipicamente azuis brilharam por alguns segundos, os momentos que se arrastavam pareciam durar séculos de uma incessante vigília que finalmente teria fim e num momento de sincronia crucial que assemelhava em muito o controle de rigidez americano para com seus militares postou-se no aguardo do sinal, que sabia que chegaria por parte dos outros membros da fraternidade, os Cavaleiros como preferia denomina-los sempre agiam em conjunto e seus objetivos em muito obscuros tinham quase sempre ligações com os laços de poder obtidos por seus membros sigilosos. Corélio era dono de uma das cadeiras mais elevadas, pertencia ao ciclo dos grãos-mestres daquele domínio, era um dos poucos privilegiados a conhecer os muitos segredos contido nos livros de registros. Talvez fosse um dos poucos também a entender de fato o que tudo aquilo significava e que não era simplesmente uma manobra por poder, não era somente algo político, era pessoal.

- Está na hora! - O patrono em forma de raposa pareceu emergir do chão bem próximo a sola de sua bota direita e a voz rouca e muito conhecida pelo homem pareceu ecoar extremamente alta naquele espaço tão vazio. O relógio no seu pulso esquerdo sinalizava que já era quase meia noite, o sino bradaria em poucos minutos e o tradicional silêncio da rua Uppsala que não por coincidência recebia o mesmo nome da catedral seria interrompido por exatos cinco minutos, tempo suficiente para o sino badalar por cinquenta e duas vezes, número biblico que segundo os registros indicava o número de vezes que Jesus Cristo caiu ao carregar a cruz. Um misticismo gigantesco que se tornava perfeito para a ocasião. Afinal qual era a cruz que Santorelli carregava? O que ela pretendia? Iria descobrir naquela noite, ou ao menos tentar. Sabia que podia ingressar naquele jogo por ter simplesmente nascido para o trabalho. Era gostoso afrontar as pessoas, seu prazer aflorava quando percebia a duvida que pairava por todos quando notavam quem de fato ele era. Corélio em muito não se assemalhava mais com o homem extremamente bonito da juventude. O corpo músculoso já não era tão robusto e o cabelo extremamente loiro agora dava lugar aos fios brancos e raramente grisalhos. Seus dedos ainda fortes seguraram com delicadeza nos trincos de ferro da janela, precisava não cometer nenhum erro e isso incluia não deixar que os trincos enferrujados ficassem presos. Em questão do som o homem não parecia se importar, a altura que se encontrava e o vento forte que soprava naquela noite se encarregariam de manter em segredo a sua posição, mas ele de fato queria ser encontrado e o momento era aquele.

- Aguamenti! - Era a primeira vez em muitos anos que pronunciava um feitiço em voz alta. O jato d'água tinha por direcionamento a mulher parada na frente da catedral. Sua intenção em momento algum havia sido feri-la, achou que seria divertido provoca-la simplesmente com água. Embora fosse quem fosse ela ainda era uma mulher e nenhuma delas se sentia feliz quando molhavam suas roupas, mesmo naquela noite de chuva fraca, um jato de água era sempre algo a mais, uma medida perfeita para chamar atenção. - Lumus Máxima! - O segundo feitiço já tinha um objetivo bem mais inteligente, a posição do seu braço esquerdo que portava o condão mantinha o feixe de luz um pouco abaixo de seu queixo escurecendo seu rosto e não o deixando ser identificado, ao mesmo tempo o feixe tinha por direcionamento um caminho certeiro até a mulher, era o que queria, que ela finalmente o encontrasse. Queria descobrir até onde iria a curiosidade dela, estavam em solo trouxa afinal. No mínimo seria intrigante um bruxo chamar-lhe atenção num momento tão peculiar e aparentemente secreto.
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSáb Set 07, 2013 1:14 am




Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu;
     Outrora estivera o mundo na beirada sob falsas esperanças de renovação e anistia. Colonizavam seus mestiços, desde a era do primeiro Profeta. Apegavam-se a um pagamento que viria em doses homeopáticas, partindo das palavras de um homem que dizia ser a mais alta força, o mais incólume poder e a mais perfeita justiça. Deram a Ele altares ricos. Ofereciam a comida que não tinham, doavam as moedas que sustentariam a sua única vaidade proeminente: fome. Concediam-lhe horas de adoração e afeto benigno. Esperavam, como todo bom cordeiro que a hora viria. Na possibilidade de fraquejar em sua espera, repetiam-se as palavras do primeiro Grimório e mais poderoso livro de destruição em massa: Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta. Desde os primórdios das moneras, como gostava de classificar o início de todas as coisas, sabia-se que o único poder coexistente e proeminente eram as palavras. As palavras que lançavam discórdias. As palavras que criavam vínculos. As palavras que traduziam a simbologia das artes, das pedras, da música e do sentimentalismo. Que espalhavam mentiras. Que efetivavam o poder... Dos lábios para a ponta de um condão, da ponta de um condão para o verdadeiro evanescer. A palavra que tem força real e não tangível. Essa era a fonte de toda a sua obstinação atual. Designar-se a dominá-las e a desvendá-las no mais alto grau. Tonalizando sua origem, seu significado e suas nuances.  

   A abadia estava silenciosa. Ouvia-se apenas o farfalhar das toalhas que cobriam o móvel único no altar. O cheiro característico da parafina queimando e a luz que tremeluzia a cada rufar de vento e fazia a sombra da pequena silhueta aumentar monstruosamente nas colunas erguidas atrás de si. A mesma figura fugidia deitava-se submissa ao chão, quando redirecionada a luz para outro ângulo. Era esse o segredo da humanidade: redirecionamento. Não importa o quão imponente sejam suas forças, há sempre um modo de coloca-lo submisso!
Seus dedos finos e delgados suplantavam uma haste branca e perolada, a qual empunhava como uma batuta e engajava o regimento de uma orquestra invisível. Os movimentos eram graciosos e pertinentes, - quem a visse, diria que era exatamente o caso -, mas não havia som algum. Não continha sequer o órgão característico de templos cristãos cuja sonoridade lhe era um deleite pessoal. Contudo, lá estava ela, firme e irredutível regendo uma pequena sinfonia particular que muito provavelmente só a veela ouviria com clareza. Os metais, as cordas e a percussão.  Do adagio ao allegretto. Do vivace ao andante. Eram apenas oscilações musicais que sua varinha percorria sem pudor ou hesitação.
   Um conjunto de cadeiras soergueu-se e começaram a dançar sob o véu de sua música profana. Como no segundo livro de história da magia: o aprendiz de Merlin usava seus poderes para que os objetos ganhassem vida e vida alegre e próspera. As velas rodopiavam em circulo, criando uma iluminação caótica ao vestíbulo e propagando agora todas as sombras como se ganhassem vida também. Unindo-se ela, a garrafa de vinho servia a taça, o pão mergulhava no líquido escarlate e o cheiro velho do álcool revelava o bom gosto do sacristão. O que era tudo aquilo? Um lapso de loucura? Poderiam mesmo chamar de louco aquele que dança sozinho, só porque você não é capaz de ouvir a música? Era uma pergunta que ela não poderia responder.

   Alexa lançou-se a passos largos à frente, deixando seu salto efetivamente cravar um estampido no piso de mármore. Na noite vazia e silenciosa de Estocolmo, aquilo soaria como um tiro. O livro de couro negro e páginas de seda fora aberto em Mt c 7. v 7-12. A primeira parte parecia-lhe profundamente familiar. “Peça...” Sua mente traçou uniforme, como se fizesse sentido o que viria a seguir. Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. O som de sua voz melancólica narrava aquele trecho, enquanto uma vela fazia um jogo de esquiva de duas cadeiras e vinha derramar fogo em cima do papel finíssimo que Alexa ostentava.  As chamas avermelharam-se e destacaram-se por queimar parte do couro da capa daquele exemplar, fazendo a pupila da mulher dilatar e uma risada estridente vazar de dentro do local, provocando ecos.
   Agora, viria o crescendo! Os braços abriam-se majestosos, como se estivesse pronta para o gran finale. Vidros e janelas menores estouraram e uma chuva prateada enchia o lugar como um céu estrelado. O ribombar fora estupendo e esperava que resultasse em aparições repentinas, cheia de indignação e revolta. Uma fina e eficiente camada transparente cobriu-lhe o corpo formando uma cúpula ao redor de si. Um pouco mais calma e com a respiração compassada, a mulher colocou-se a andar de modo controlado e elegante em linha reta, até a porta. Os estilhaços rebatiam na tela incolor que a toldava, e voltava com força para a parede oposta. Como uma força espelho ocasional e relapsa. O pulso por fim fez um aceno de baixo para cima como se findasse sua sinfonia: a porta se abriu.

   A revelação da cidade parecia expressamente natural. Como nos dias de ouro onde seus pés juvenis pisaram aquele chão e criaram grandes alvoroços. Caçadas. Nomes consagrados sendo extirpados para procura-la. Quem era ela? Não se sabia. Sabia-se pouco da Italiana de cabelos prateados e olhos doces. Tinha-se pouca informação de onde veio e para onde iria. Conhecia-se a ex Diretora de Durmstrang. A ex Diretora da Hodiecog. A Professora de Ética, Feitiços e Duelos. A formanda duvidosa da Instituição de Magia. A família, os amigos e os fins... Eram todos de incomum desconhecimento. Se lhe fosse perguntado, certamente, responderia. O mal comum de uma mente doente. Não há o que se esconder. É-se aquilo que se vê. Faz-se aquilo que se sabe e mo é. Repetia, pois para si: As palavras ainda são a mais brilhante obra prima do homem. Feliz aquele que lhe tem conhecimento e as guarda.
   A garoa parecia ter medo de Alexa. Cortava na vertical e encharcava o chão, sem, contudo, lhe acertar uma só gota. A cúpula ainda impressa de modo displicente lhe garantia o não aborrecimento de ter der abrir um guarda-chuva. Pouco se dava que tivesse alguém por perto. Há alguns anos, ao ingressar no Ministério da Magia como Diretora de Saint Mungos e Chefe do Departamento de Catástrofes, tinha para si que as regalias eram incontáveis, como a de ser parte do poder inquisidor e opressor da sociedade bruxa: O Magisterium.  Não necessariamente nesta ordem dos fatores.  Respirou fundo e incontáveis vezes, pensou em regressar, mas estava hipnotizada com o próprio perfume. Era curiosa a forma que Alexa escolhia se relacionar com as demais pessoas. Cedia-lhe somente o que tinha de melhor e normalmente sua melhor parte coincidia com a revelação dos desejos mais íntimos do afortunado que se aproximasse. Amortentia. Usava-a como perfume. Dava-se que ao se aproximarem, sentia-se o cheiro daquilo que mais apreciavam e de modo definitivo, assimilavam a mulher ao cheiro usual de sua preferência. Colocou os cabelos soltos para trás da orelha, e deixou que o vento lhe atingisse o vestido pinçado e rodado, de alças medianas mexia-se irremediavelmente, revelando boa parte das pernas da mulher em questão. Nesta ocasião a Santorelli não possuía decotes aparentes, embora o volume do seio ainda fosse notável... As costas, por outro lado, ainda estavam abertas por um U, cobrindo a superfície apenas com uma renda bege e transparente. Uma curva simétrica da cintura era o verdadeiro espetáculo, seguido de pequeno furinho na lateral do corpo.  

   Estava pronta para render-se a caminhada e ir de encontro ao Lobo velho e estúpido que soubera a pouco que havia regressado a Suécia. Assuntos intermináveis, indispensáveis e que de certo a desfavorecia por se tratar daquele homem em particular... Incitou o primeiro passa ao notar um jato quebrar-se em suas costas barrado pela barreira fina e voltando-se pra o seu conjurador de modo que, ao ver-se incumbido de conjurar outro, não teria a chance de ter a mesma sorte que Alexa teve a priori.  
   Viu o feixe de luz vazar da varinha do mesmo, como se fosse à luz de um palco para o espetáculo que era banhar-se com seu próprio feitiço.  Precisava sair dali, por duas razões aparentes. A primeira, era que se deparara com Corélio Desrosieres em solo trouxa e a segunda, porque já podia-se ouvir o barulho das sirenes alvoroçadas no encalço do escândalo posterior que provocara. Se houvesse a oportunidade de sorrir e acenar para o homem, era agora. Somente duas coisas passou-se pela cabeça ao virar-se para ele: A primeira, era que os boatos eram verídicos. O homem eram uma espécime perfeita de obviedade e a segunda era o fator de que: estando ela em solo trouxa, não poderia a encontrar ali se não a estivesse seguindo.  – Per mille diavoli... – A expressão utilizada demonstrava o desgosto da veneziana para com a situação; o sotaque fortíssimo da Italiana rompeu o silêncio entre ambos e colocou-a em uma posição muito simples. – Buonasera signore. É um grande prazer reze-lo. – Não o era.  – Se soubesse da sua predileção pelo âmbito trouxa, já o teria chamado para um chá em Madri. – Um simpático sorriso lhe assaltou a face, enquanto lhe fazia uma mensura. Uma mistura de cumprimento e sátira pelas roubas que lhe caiam muito melhor molhadas.
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSáb Set 07, 2013 2:36 am








As rosas indicam ao mundo que os espinhos estão presentes dentro do mais belo sorriso!

Era somente água, mas lhe serviu perfeitamente para os seus propósitos de observação. Alexa não tinha nem se quer notado que o líquido mais puro entre os homens era também a melhor forma de se obter o sinal daquilo que está proibido aos olhos. Seria necessário que se aproximasse para que um feitiço detector bem lançado identificasse as barreiras de proteção lançadas pela bruxa ao caminhar, mas o jato d'água simples e subliminar revelaram em muito para o homem tudo aquilo que seus extintos já lhe avisavam. A água que lhe atingia não parecia pura, conforme molhava seu rosto e suas vestes adquiriam uma coloração esverdeada, fruto da mistura atmosférica com a poção do amor, Amortentia. Os sinais eram extremamente notórios, o cheiro típico de terra molhada e a alusão ao perfume de uma certa mulher...Não! Não deveria pensar nela naquele momento, isso só o distrairia de seu objetivo de fato.

- Finalmente, não é mesmo? Como tem passado nesta noite, Alexa? Aliás, eu posso te chamar assim ou devo me retratar e ser um pouco mais cortês? - A voz do homem parecia vir acompanhada do vento, mesmo com toda a distância que estavam cada palavra era soprada com um leve tom de musicalidade possível a audição curta necessária aqueles que se encontram próximos por não mais que três passos. E era ai que todo o pequeno quebra-cabeças era rompido, feitiço de ilusão! Era engraçado para Corélio perceber que a mulher não havia reconhecido nem um pouco toda a sua tática e achou que as vezes exagerava em suas entradas triunfais, mas quem ele seria se não as utilizasse? O jogo de provocação e de mexer com a imaginação era o seu preferido e a transfiguração a objetos com vida era ainda mais divertida. Lá estava ele, recostado no muro a não mais que dois passos do braço direito de Alexa, os olhos azuis a mirando em meio à uma expressão um tanto quanto provocante em seu rosto, a chuva ao contrário da mulher o atingia em cheio, Corélio gostava, o fazia se sentir vivo, sentir frio significava que a todo momento precisava manter o sangue quente e a mente sã, significava reagir aos próprios pensamentos e não se deixar dominar por sua imaginação. A torre do sino? Um simples objeto transmutado. O efeito dos feitiços? Puramente, física. O vento estava ao seu favor aquela noite e não era por um golpe de sorte da natureza. Seus feitiços lançados enquanto a mulher se preocupava em destruir o templo sacro dos homens criavam a corrente de ar soprada Oeste ao Leste levando as gotículas de água em perfeição ao seu conjurador, era uma obra que exigia observação, o fazia pensar e extraía de si um sorriso quando bem executada. O feixe de luz? Um golpe ainda mais audacioso, a utilização do corpo transfigurado em sua forma natural, simplesmente o objeto era um espelho que embora assumisse a aparência do matriarca Desrosiers ainda tinha por naturalidade refletir ao alvo tudo aquilo que era lhe lançado e como muito bem fraseado pelo maior motivo daquele templo existir, o onipresente e onisciente mestre dos mortais, Deus: "Que se faça a luz!"

- Nem sempre é divertido destruir aquilo que gera fé, mocinha. Ainda não aprendeu nada com a vida? Fé é poder e quem tenta desvirtua-lo do fluxo acaba derrotado. Nunca erga sua varinha contra luz caso não tenha um espelho para desviar o foco. - Pareceu sorrir pensativo e então apontou para a torre do sino, a varinha empunhada na mão esquerda. Era o momento de desfazer os feitiços, revelar o seu jogo e deixar com que Santorelli entendesse o que havia acontecido. O que seria de um mestre sem revelar seus segredos? As maiores jogadas só se eram reconhecidas quando reveladas em sua estrutura e para Corélio o maior prazer das situações que provocava era revelar seu jogo para quem quisesse joga-lo. O motivo? Simplesmente por ser divertido. Só agora totalmente desprotegido de suas ilusões que as luzes da rua conseguiam iluminar a silhueta que sua altura lhe proporcionava. Do alto de seus um metro e noventa e dois Corélio parecia manter a elegância e o charme que sempre fez questão de representar com naturalidade diante de toda a sociedade. No corpo o habitual terno negro, sem gravata coberto por uma capa de pele de urso, também negra. Um objeto singular de puro luxo que de nada lhe acrescentava ao corpo a não ser comprovar um pouco de sua futilidade. Ou seria então aquela pele mais um de seus estratagemas e mecanismos? Para ele tudo era sempre uma festa e sendo o anfitrião jamais deixaria algum convidado sem dançar. A barba por fazer o deixava com um ar ligeiramente sensual proporcionado pelos pelos grisalhos do rosto e do cabelo e o início do que seria uma tatuagem apontava em seu pescoço os frutos de uma juventude agitada. - Sabe que eu fico extremamente contente em saber que você reconhece minha aparência? Depois de tantos anos ausente dos olhos dos bruxos é gostoso ser reconhecido por uma bela mulher, sempre... - Um único passo foi tudo que precisou para conseguir se postar diante da mulher. Em uma atitude educada guardou no bolso das vestes a varinha empunhada pela mão esquerda, não era necessário embainha-la por hora, Alexa não lhe representava perigo. E achava engraçado a ideia de que não conhecia alguém que pudesse lhe representar perigo e era ai que morava toda sua frustração! Ou simplesmente o tédio que lhe abatia pela ausência de desafios. Uma vontade intensa de se embrenhar nos mitos da mente e dedicar todo o seu tempo a enfrentar aquilo que possa lhe trazer medo. Esta ai a palavra certa de seus desejos, sentir medo. Se provar um humano normal, uma criatura capaz de temer e não sempre encarar aquilo que diante de seus olhos lhe parece normal. Os barulhos das sirenes se tornavam cada vez mais altos, a policia possívelmente ligaria o ataque de Alexa a alguma tentativa de terrorismo e todos os noticiários trouxas do dia seguinte abordariam o assunto, uma influência não muito agradável ao cotidiano mundano para o loiro. - Confesso que te observar não é uma das tarefas mais fáceis que exerci nos últimos anos. Logo eu que pensei que não voltaria a fazer um simples serviço como este... Ainda me pergunto o motivo de tê-lo aceitado, tarefa de tão baixo nível e sensatez... Deveria ser entregue aos recrutas se não me fosse de tanto interesse pessoal de minha parte. Você já deve saber o motivo de eu estar aqui não é mesmo? Ou terei que refrescar sua mente... - O tom de voz parecia explicar uma questão acadêmica, fazia parte da postura extremamente conturbada e egocêntrica de Corélio. O tom de voz que retratava o modo de um professor falar com seus alunos indicava seu comportamento irregular, suas tendencias de se achar superior aos demais e seu ego que em muitas vezes se igualava aos seus devaneios.

- Você não deveria ter feito o que fez. Ela é minha filha! Existe uma questão de respeito em toda a sociedade e você mais do que ninguém deveria observar um pouco melhor onde procurar seus aprendizes. Olhe nos meus olhos e me diga se a sua intenção foi me atingir. Ou então tente me explicar em poucas palavras o real motivo de você querer meu sangue entre os seus, não parece natural... - A curiosidade sempre havia sido um de seus maiores defeitos, aliada ao fato de ser piedoso e de ter um fraco por mulheres bonitas se tornava um rude golpe aos seus poderes diante de Alexa, agora que estava tão perto sentia uma outra vez o cheiro de terra molhada aflorar seus sentimentos e fragmentar em sua mente pequenos flash's de um rosto tão bem conhecido por si, um rosto que precisava esquecer. - Angelina nunca teve aptidão para matar ou fazer o mal! Não contamine a mente de quem me tem por pai e mesmo assim consegue ser inocente. Onde está sua compaixão por aqueles que ainda acreditam nos sonhos? Terei realmente que tomar partido em toda esta situação? Estou decepcionado! - Uma postura inquieta tomava conta de si, Corélio se controlava para não simplesmente sacar sua varinha e matar a mulher naquele momento por pura birra e ciúmes por ela ter recrutado uma de suas filhas, seus maiores tesouros. Por sorte de Alexa, ou não a fraternidade parecia ter planos para a mulher. O grupo no qual pertencia tinha concordado que ela precisava viver, por hora. Seus passos eram importantes para os objetivos pré-determinados e dentro daquela historia ela simplesmente não era um peão descartável. - Acho que já falei demais, não é mesmo? A policia está chegando... Para onde iremos? Desta vez e somente desta vez, o caminho será guiado por sua mente. Surpreenda-me, Santorelli! Mostre que não passa de um simples rosto jovem e bonito e que eu poupar sua vida tem sentido. Se sabe quem sou sabe também quem fui e o que fiz. Tem raiva de mim? Admiração? O que sente no seu coração? - Um sorriso irônico cruzou seus lábios, durou talvez cinco segundos ou um pouco mais e então Corélio girou o corpo para a direita, postou-se desta vez ao lado da mulher, o braço direito moveu-se adquirindo a forma de um arco, um convite para que ela o segurasse. Um pouco de delicadeza nunca era demais e se precisavam sair dali, porque não uma aparatação conjunta?

Mas não era puramente atencioso aos fatos, sua mente não vagava unicamente em Uppsala. Não seria quem era se não mantivesse sua atenção em seus lucros, seus golpes duvidosos que garantiam sua soberba. A fraternidade em muito não tinha mais a figura de um líder, somente os três figurões que ocupavam o último círculo, os mais poderosos e distintos. Era um deles e não se sentia satisfeito, queria mais, sempre mais. Mas como galgar ao título de líder sem que seus companheiros, talvez amigos, não subjugarem suas intenções? Não era de todo mais poderoso que eles, sabia que talvez fosse meramente mais talentoso, porém duvidava das hipóteses que venceria aos dois sem sofrer as sequelas que tais duelos lhe acometeriam. Ficaria fraco, precisaria de proteção, sua tutela teria que ser entregue aos que comessem em suas mãos e isso só seria possível tendo ao seu redor aqueles que loucos como si tivessem a coragem de encarar o desconhecido, desbravar o infame e aflorar os sorrisos dos mortos. Santorelli talvez pudesse se tornar um dos seus cordeiros, diante da casa de Deus voltaria aos planos de pastor. Seu rebanho precisava crescer e porque não prosperar? O mundo bruxo semeava a maldade, mas uma maldade porca, sem objetivos aparentes e que girava puramente no fato de dominação global. Todos tolos os que tentaram, fracos o suficiente para não entenderem que a dominação provém da liberdade, que o poder provém das escolhas simples e que a maior habilidade de quem lidera é simplesmente mover as peças no tabuleiro e ditar as regras do jogo. E se aquele jogo precisava voltar a mesa, as peças com o brasão das rosas jamais deixariam de perder seu valor.
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSáb Set 07, 2013 8:44 pm



Finita la Commedia
 

  Entre o verídico e o ilusório a mulher já não fazia mais distinção há alguns anos. Limitava-se, portanto, a aflorar seus instintos mais primitivos e o mais comum entre todos os homens: o estratagema. Sabe-se quando a mente de alguém passa por mudanças indeterminadas, sob o véu da possível cognição ou mesmo a fina lâmpada da experiência? Essas mudanças tornam os seres mais simplórios em telas de artes pintadas por dedos modernos. Era apenas um borrão de tinta, inventando imagens diversas para os olhos de quem o queria ver ou para as mentes criativas que as moldavam. Era essa a primeira questão. Determinar o que era real e o que era apenas fruto de uma mente enferma e cansada. Alexa era uma dessas telas. Um borrão indefinido. Aos olhos de um bom observador, ela se tornaria exatamente aquilo que ele queria ver. Como um camaleão que se camufla em cores distintas, a mulher unia-se ao disforme e emergia como uma escultura de sua preferência. Um talento que a distinguia. Uma fina camada de poeira fluía dos pés da veela, esbranquiçada e inodora... A mesma poeira que desintegrava o salto alto que sustentava a altura que sua vaidade ansiara, mas que a genética não lhe fora generosa em conceber e subia ininterruptamente às pernas e o eixo do vestido, deixando apenas o tecido flutuar no ar, juntamente com um galho seco e atrofiado de um carvalho natimorto.

   Uma figura mediana e de peso invulgar mantinha-se pousada no muro observando o desenrolar da cena seguinte. Sua penugem negrume brilhava imposta apenas pela água fina que lhe regava as asas. Os olhos miúdos e brancos ladeavam curiosos e destilavam ânsia. Estava próxima a sombra de um arvoredo e era pouco provável que fosse vista se a pessoa não estivesse realmente procurando por ela com total afinco. A escuridão também era uma máscara labiríntica. A voz do homem veio ao encontro da ave que grasnou em retorno como se  tivesse compreendido o cumprimento e a pergunta. Era ela? Não. Não o era.

 O espelho era a ferramenta de jogos de Corélio, que de fato poderia ter confundido a Santorelli, mas jamais confundiria os olhos de um animal. A derradeira razão pela qual a pureza de um selvagem ainda era de total serventia: Aparições, transfigurações, agouros de morte, tudo isso eles sentiam com antecedência... Como um presságio sutil e afortunado. Um dom dado pelo bom Deus para que eles se protegessem dos verdadeiros animais selvagens: os homens. O vidro gélido refletia duas imagens, pois aquele jogo inapropriado era para dois. A primeira era de um homem que lhe conjurara algo sobre o qual sua desatenção ou intenção lhe permitira cair, a segunda, era a silhueta de uma descendente de veela, cujos contornos já foram capazes de confundir os instintos de um velho licantropo e quais as características estavam ali, detrás dos ombros do bruxo que pretendia chamar aquilo de: aparição surpresa. Surpresa ela realmente estava, por dois fatores eventuais. O primeiro era que sendo ela uma bruxa criada em domínios divergentes aqueles, a última coisa que gostaria era da companhia de um trouxa. Sua frequência naquele tipo de lugar era quase nula, pois além de não compreender aquela sociedade e seus usuais costumes, nutria desprezo pela sua gente. Sendo assim, era muito comum sustentar um Repello Trouxatum amiúde, para que nenhum deles pudesse se aproximar de onde estivesse, mesmo se vendo tentados pela sua beleza. Isso facilitava sua percepção de perigo, pois sabia bem que tinha feito inimigos formidáveis e que hora ou outra eles estariam em seu encalço. Sabia mais, sabia também que quem se aproximasse, não era um trouxa com grande potencial, era um herdeiro de Merlin, assim como ela! O segundo fator da sua "surpresa" iminente, foi que, sendo um precavido seguidor, deveria saber que ao estar no mesmo ambiente que ela -, o lado de for da capela -, poderia colocar em vigor algo simples e que todo bruxo “cuidadoso” empregava para si quando não queria ser... Incomodado. Homenum Revelio. Feitiços tão sutis quanto respirar. Ao contrário daquele homem, Alexa não tinha talento nenhum em transfiguração. Sendo assim, o truque tinha que ser um pouco mais sujo. Não era como se ela fosse uma exímia dominadora de Legilimência, mas aprendera o suficiente para sobreviver. Com certeza, não saberia invadir a mente de alguém para lhe arrancar segredos reprimidos. Não saberia ler lembranças ou usá-las como bem quisesse para atormentar e dissuadir. A mulher havia apenas desenvolvido a pífia aptidão de dar ao homem imagens falsas. Seja ela através de sonhos ou acordados. Criava imagens, nem sempre com grandes mobilidades, chegavam a ser simplórias, como a que tinha criado naquele momento: A resolução de si mesma parada frente à capela. Aquilo era um antigo dizer de seus pais, às vezes estamos tão ocupados com nossas próprias reinações que nos esquecemos de proteger a coroa! A ficha ministerial do homem ainda rondava sua mente. Parte do que diz aquele pedaço de papel que furtivamente havia lido em seu mandato como diretora de Durmstrang, era uma mentira grosseira e só. Porém, algumas habilidades provaram não ser exageros de bajuladores, ele era um bruxo talentoso e promissor, principalmente quando o assunto era oclumência. Assim como ela, ele a possuía e dominava com excelência. Mas... Provavelmente se não tivesse sustentando todo aquele teatro, teria lembrado de deixar a mente um pouco mais fechada para não ser importunado com mentiras levianas como aquela que a mulher tinha criado. Sim, pois, oclumência, acima de qualquer outra coisa, exige do usuário um esforço solene para mantê-la. Desde os níveis mais ordinários desta magia, ao mais alto grau de sua utilização. Concentração e se possível, sem distrações.

  Os dedos cumpridos lhe tocaram as costas e subiram delicados como uma serpente por toda extensão da mesma, abrangendo-a um pouco mais por serem largas e musculosas. Estreitou os passos, até que pudesse se ver com a cabeça encostada no meio dela, devido à altura exacerbada que o feiticeiro possuía. Sentiu no rosto pálido, a maciez da pele de urso que lhe cobria parcialmente o dorso e os braços engajaram-se na lateral de seu corpo,  - por baixo dos seus -, buscando deixar suas mãos a altura do peito daquele homem num abraço que, quem visse, consideraria afável e gentil, se não houvesse em sua mão esquerda o invólucro branco perolado apontado para o queixo do mesmo, obrigando-o docemente a soerguer a cabeça alguns milímetros para cima. – Per Dio, chame-me como achar que deve. – Sussurrou-lhe. O corpo quente da Veneziana estava próximo o suficiente para que o cheiro de seu “perfume” fosse extremamente insuportável, ou agradável demais, chame isso como quiser. Deslocou-se de modo faceiro para frente, deixando aquele abraço para outro momento, quem sabe... – Veja bem, caríssimo, acha correto sustentar uma mentira para tranquilizar um coração aflito? Que paz equivocada teria um ser que vive sob as luzes de algo intangível? Que desperdício de energia é depositar suas forças e recursos para sustentar algo tão inapropriado como a fé em um homem morto? Considere o que eu fiz como um favor. Darei a eles algo para questionarem a semana inteira e de quebra, um pouco de subsídio para criatividade de pessoas com mentes vazias. – Ali estava uma verdade solene as vistas da mulher. Sem rodeios, talvez, com um pouco de filosofia ambígua, para não perder o hábito ao discursar. Abaixou o braço que empunhava a varinha, pois caso ele quisesse abrir fogo, teria de ser muito mais rápido que o cantar de pneus de carros que se aproximavam. Não era o caso. Se ele o quisesse, a opotunidade de matá-la, teria aproveitado anteriormente, não agora. O que ele queria? Bem, Alexa podia imaginar...  

  Permitiu que uma pausa se fizesse entre ambos, apenas para olhá-lo de modo inquisidor e provocante. Aquele tipo de inquietação que se segue após um desconforto ocasional. De fato, Corélio era o tipo de sujeito inexistente, um pleonasmo com certeza era o principal predicado de sua vida. A loira passou os olhos pelo lugar e sibilou algo com os lábios. Baixo. Muito baixo. O barulho externo daria conta de encobrir e um sorriso ligeiro de uma mulher com o seu talento especial, daria conta de apagar o ocorrido. Ele tinha coisas mais importantes para se preocupar, por exemplo, o pequeno sermão narcisista que começara fazer. Não o levava a mal, afinal, tinha a si mesma em alta conta e pegava-se por vezes se auto admirando pelo que dissera, fizera, solicitara, vestia, etc... – Não exagere os fatos, querido. – Interpelou-o quando chegou em: “uma bela mulher, sempre...” Viu-se por fim obrigada a soletrar algum beabá para o mesmo. – Conheço-o tão pouco quanto gostaria, mas o suficiente para saber até onde sua vaidade o levaria. – Eis um pequeno fato. – Atrás de mim, é claro. Noticiários bruxos são tão exagerados quanto inconvenientes, às vezes. – Comentou exaurida a respeito do que ele sabia. Os jornais realmente eram uma pedra no sapato. Tudo que fora anunciado, desde então, era que Alexa havia tomado Angelina para ser sua aprendiz no hospital. Afinal, todo curandeiro precisa de um sucessor. O resto? O Desrosiers provavelmente havia apenas cogitado, confabulado, meditado e efim... A sobrancelha direita erguendo-se numa expressão que beirava a descrença, mas que só queria expressar o quão inapropriado aquele tipo de encontro poderia ser. – Confesso que não o esperava hoje, ou melhor, não o esperava aqui... – De fato não o esperava. Desde que cumprira pena na antiga prisão de Nurmengard, jamais chegou a acreditar que seria tão confiável como ser humano. Felizmente, metade daqueles que se diziam “boas almas” atualmente, já tinham sido igual ou pior que ela. Feito coisas que envergonhariam a sociedade se viessem à tona. A ex esposa daquele homem era um perfeito exemplo. Antiga comensal da morte. Teve a ficha limpa por obra de um milagre e os dados deletados do ministério. Hoje em dia, era a mulher de família e trabalhadora exemplar. O tipo de atitude que coloca qualquer um com nojo. Se pela inconsistência de caráter ou pela fraqueza pela família, não sabia dizer. – Deu-se ao trabalho por minha causa? Oh, que amor... – Ironizou a cena juntando a mão numa única palma. Aquelas alegorias dignas da Santorelli eram um espetáculo que valia a pena presenciar. Se pela performance ou pelo desfecho não se podia precisar. Deixou que ele falasse, entonasse, questionasse, com toda a paciência que dispunha em seu estoque. Lendo os lábios dele como se lê uma anedota e se deparando com vontades inexplicáveis de gargalhar em alguns trechos de seus queixumes.

  Ao passo que ele seguia em suas zangas com a italiana, o ambiente ganhava um colorido diferenciado. Pequenas aves negras aproximavam-se daquele local, entonando nele o ruído e farfalhar de asas. Os olhos curiosos dos bichinhos piscavam no escuro e quem os visse acharia que naquele lugar havia algo morto! Eles subiam na catedral e serviam como decoração para os muros. Os galhos das árvores e os paralelepípedos eram enfeitados com grandes pontos escuros e de olhos mal humorados. Viu sua brecha chegar quando ele pediu tão encarecidamente para olhá-lo nos olhos. Procurou uma aproximação vil, deixando-se a apenas um passo do homem. O dedo indicador tocou sua face tirando algumas gotas da chuva que aos poucos parecia cessar. – Ah Corélio... – Suspirou, como se ele fosse uma criança a quem ela tentava iniciar uma explicação difícil.  O rosto pálido da mulher fitava-o com certa elegância. Sorriu morosamente e esticou o corpo na ponta dos pés para tocar-lhe os lábios delicadamente, tingindo os dele com o batom escarlate. – O que eu haveria de querer com você, caríssimo? Uma boa noite em algum lugar reservado, quem sabe? – Questionou-o baixinho, aproveitando que a mente dele divagava entre o que queria dizer e o que não poderia pensar naquele momento. – Não vê que só quero o bem estar de nossa menina? – Os dedos agora acariciavam o rosto do homem, procurando trazê-lo para perto de si. A voz de Alexa havia tomado outras proporções. Naquela ocasião era baixa e melancólica, fazendo uma pequena condensação aparecer no ar por causa do frio. Usou a palavra “nossa” como se Angelina fosse filha de ambos e com tenuidade inquestionável, continuou.  – Minha compaixão está nos lugares certos Corélio, assim como a sua também está. Poderia ter me matado a alguns dias atrás se quisesse, mas não o fez. Por quê? – Questionou-o categórica. A outra mão foi ao encontro de seu peito, apoiando-se nele como se quisesse apenas descansar. – Decepcionado? Fiz isso pensando no bem estar de Angelina. Aceite os fatos! Sua filha tem muito talento e exemplos nada aceitáveis por aí. O que estou propondo a ela é apenas... Controle. – Falou a ultima palavra pausadamente, como se refletisse sobre ela.  Seus dedos o abandonaram ao notar sua exasperação sobre o quanto tinha falado sobre o assunto e o quanto ainda necessitaria ser tido.

  Bem, sobre um ponto de vista sóbrio, um possível duelo estava marcado entre os dois. Corélio estava obviamente contido por algum propósito superior a sua vontade de detê-la naquele instante, mas, será que ele teria outra chance como aquela? Um elenco de perguntas sem respostas começaram a formar-se, incluindo as que o Desrosiers fizera para ela. A verdade mais linear possível era que: ela não fazia ideia do que pensar sobre ele.  Sob falsas acusações, talvez até mesmo a famigeração de seus feitos, não criavam ainda a imagem do homem que tinha a sua frente. Eram apenas fatos floreados por contadores de histórias e noticiários. Ele tornara-se para ela uma figura longínqua, cuja importância fora crucial numa vexação passada, mas agora? Bem, o agora é o que estava vivenciando e sobre essa noite, sim, sobre essa noite ela com certeza nutria uma precisão ferrenha sobre o que pensar e como termina-la, por fim. – O que sinto a respeito de você ainda é uma incógnita, Corélio. Não é menos e nem mais do que o merecido, mas definitivamente não é palpável o bastante para que eu destrinche as sensações para vossa senhoria. – Usou de um gracejo antiquado seguido de uma mensura para tudo que tinha ouvido dele, mesmo as partes mais absurdas, as questões mais relevantes. Estava atrasada. Estava realmente atrasada.  Tinha horário para rever o Lobo velho e estúpido e o tempo era algo que não desperdiçara com facilidade. Ele urgia e rugia como um urso. Como a pele cheia de formas que ele usava sobre os ombros. O tempo, - depois das palavras -, talvez fosse mais uma coisa que ainda a impressionava e seduzia. O poder? Bem, o poder era consequência disso tudo. – Grazie signore per il bacio, mas não posso ficar ou surpreendê-lo esta noite. Em uma outra ocasião, quem sabe? Mas não vou deixa-lo sozinho, prometo... – Sem pudor começara a verbalizar. O sotaque ainda presente da língua natal e um sorriso encantador nos lábios. As aves que estavam por toda a parte receberam um aval silencioso, partindo para cima do bruxo como um enxame de abelhas pesado e negro. Bicos grandes, garras afiadas e um grasnado múltiplo ensurdecedor. Alexa? Alexa também seria engolida por elas, mas desapareceria com um estalo característico e deixando para trás apenas essa recordação sutil.








Última edição por Alexa Santorelli em Seg Set 09, 2013 12:32 pm, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSeg Set 09, 2013 12:04 am








Trancafiar o próprio sangue em Numengard era uma das opções de segurança!



- Não é só pelo fato de você não concordar que tem o direito de intervir! Os trouxas são livres assim como nós e não devemos nos meter em um mundo que não nos pertence! Vivemos em paz dentro de nossa cultura. Por conta de que eles não teriam o mesmo direito? Por serem inferiores? O lado mais forte tem sempre que pensar por ambos os lados e nossa maior vitoria é deixar com que façam seus próprios destinos, não intervenha mais, não na minha frente! Estamos entendidos? - Para ele pouco importava ou não se a historia de Cristo era real, o homem morto em questão tinha por qualidade girar o mundo por sua fé e tamanha habilidade exercia o controle necessário para manter nos eixos uma sociedade caótica, repleta de conflitos e carente de liderança. A fé era o castiçal de ouro daquela gente, era o que mantinha alguns pensamentos em ordem e evitava um mal ainda maior e para Corélio que por muito controlava os bruxos era o suficiente, era uma prova da verdadeira forma de poder, um aprendizado no qual não abria mão. Aprender com os mais fracos era extremamente sábio e ele já havia entendido isso tinha algum tempo.

A pele em cima do terno a cada minuto se tornava mais pesada, úmida de chuva e gelada parecia incomodar os ombros de Corélio causando um certo desconforto necessário que servia para o manter alerta! Ele sempre precisava de certo estímulo diante de toda e qualquer situação, era soberbo e um pouco de dor as vezes o ajudava a manter o controle, a manter o foco. Santorelli tentava de todos os modos desviar sua atenção, a mulher usava de todas as armas que sua natureza a provinha, a feminilidade. Quando os lábios dela alvoraçados de desejo tocaram os seus e o sujaram de batom Corélio resolveu entrar na brincadeira, a mulher tinha um jeito diferente, uma beleza exótica que não era em muito humana. Ele ainda não sabia mas possivelmente descobriria um dia que ela tinha o sangue veela correndo por baixo daquela pele tão branca. Mas o jogo de sedução podia ser jogado em conjunto, logo ele que havia ganho tantas mulheres partilhando do mesmo golpe não seria derrubado com tanta facilidade! Seus dentes seriam suficientes para o trabalho, era fácil até se deixar levar por aquele impulso. Teve que curvar ligeiramente o corpo para fazer o que pretendia e logo então seus dentes se fecharam no lábio inferior de Alexa, uma mordida prolongada e que no fim tornou-se um pouco forte para deixa-la com o lábio inchado, uma pequena lembrança para ela levar daquela noite de chuva. A mão direita, livre de qualquer impencilho também resolveu entrar na dança, o corpo esguio tão perto de si foi um alvo fácil para sua exploração que começou um pouco abaixo do colo do seio e deslizando pela lateral do vestido alcançou suas barras soerguendo-as ligeiramente para expor a coxa esquerda, extremamente branca e roliça. Por ali fincou uma única unhada, uma provocação em resposta as que sofria. - Realmente não me conhece, senhorita. Ou não teria arriscado brincar deste jogo comigo. Tome cuidado com seu coração, dizem por ai que a pior morte é aquela onde um coração se destrói e o corpo continua vivendo. E nesse caso, você está frente ao maior assassino! - Os olhos azuis então faiscaram perante as palavras como que concordando em enfatizar seu passado turbulento entre muitos amores e casamentos.

- Infelizmente tive que me dar ao trabalho de te seguir, eu precisava te observar mais de perto. Os relatórios de meus espiões não estavam me sendo suficientes, eu queria mais e por isso aqui estou. - Seus pés se moveram com tranquilidade a meio metro para trás para afastar um pouco a loira de sua área de respiração e com isso livrar-se da mão pequena e frágil que apertava o seu peito. Seus lábios voltaram a se mover, de início sem deixar escapar nenhum som como se o homem medisse as palavras que deixaria escapar, sua mente concentrada estava agora totalmente fechada, ele era um dos grandes oclumentes daquele mundo. Sua capacidade em executar tal manobra era suficiente poderosa para deixar que iludisse quem tentasse invadir seus pensamentos, deixava com que acreditassem que o estavam influenciando quando que no fim ele era quem realmente estava por trás dos fantoches. - Você realmente não me esperava, eu sei bem. Digamos que mesmo velho ainda tenho a capacidade de me esconder e seguir alguém sem ser encontrado! E até acho que poderia ser interessante essa noite em um lugar reservado. Por falar nisso já temos a noite, esta. E então para onde iremos? Ou acha que não notei que está tentando se livrar de mim desde o momento em que me viu. O que você teme? Já disse que não vou te matar, vamos apenas conversar, por hora... -  Ambas as suas mãos rumaram sem destino para a lateral de seu corpo e penderam soltas num gesto amistoso de quem não tem a mínima intenção de por-se em ataque, suas defesas estavam suficientemente garantidas naquele lugar, não estava sozinho.

Quanto mais observava os detalhes de Santorelli mais fascinado ficava, ela era realmente uma espécime interessante e talvez até lhe servisse para os seus propósitos mas aquele maldito cheiro de terra molhada o estava irritando. Lembrar de seu passado era doloroso, odiava ter que remoer aqueles fragmentos de memórias felizes, coisas que jamais voltariam e que odiava ter que lembrar. - Era mesmo necessário esse perfume? Não o achei nem um pouco atraente, ele não me deixa com atração por você, pelo contrário, aliás. Ele me trás lembranças de uma mulher que quero esquecer! - Não se importou em comentar tal coisa com ela, mesmo sendo pessoal ele em momento algum havia deixado transparecer nomes, possíveis mágoas ou qualquer sinal que a permitisse identificar fraqueza. Simplesmente cuspia fatos, cuspia sua resistência ao jogo de sedução e deixava claro que não estava caindo na brincadeira. - E a Angelina não é nossa, é minha. Como pode você querer chamar de filha uma Desrosiers se nunca nem mesmo se deitou com o homem que os representa? Ela tem o meu sangue e do meu gozo foi forjada. Nas suas entranhas não corre o meu sêmen, nunca correu. Você é uma Santorelli, jamais será uma Desrosiers! Mesmo que tente com tanto afinco... - Novamente resolveu se aproximar, um passo à frente para que seu corpo voltasse a roçar no da mulher e as provocações continuassem. Corélio adorava aquele jogo, sabia joga-lo como ninguém e já que ela queria tentar, ele iria levar a brincadeira aos níveis mais elevados. Queria descobrir até onde ela suportaria chegar já que de todo jeito tentava ludibria-lo sem conseguir nenhum resultado. -  Minha filha de fato tem muitos talentos. Ela tem o pai que tem, não é mesmo? E para que não fique frustada, talvez eu te conte o motivo pelo qual não te matei, só não sei se será hoje. Mas por hora é suficiente que você saiba que suas habilidades podem me ser necessárias. Talvez ao ter recrutado Angelina você tenha conseguido mais do que poderia esperar, quem sabe não possa ser recrutada por mim? Tudo vai depender de até onde você pode chegar. Até quanto de dor pode suportar e até quanto de morte seus olhos podem observar. É fraca demais para tudo isso, Santorelli? - Um sorriso safado cruzou seus lábios e se manteve sólido até seus olhos encontrarem os dela, a mão direita foi direto ao queixo da mulher e ergueu-o para conseguir enfim nivelar a troca de olhares. - Jamais me decepciono, senhorita! Apenas causo decepções! Eu nunca joguei para perder, minhas maiores derrotas foram sempre os empates. Já deveria ter notado isso... - Seu corpo arqueou rapidamente, um gesto voluntarioso que lhe permitia encostar os lábios na ponta da orelha da mulher e murmurar um tanto quanto baixo em sua voz rouca. - Para o seu próprio bem... -  A mão esquerda foi a qual desferiu o primeiro golpe, um tapa forte e espalmado diretamente na bunda de Alexa, a mira perfeita havia sido direcionada para a nádega direita e com a ponta dos dedos deixou-se fazer o estalo, a sonoridade de um tapa sempre se tornava seu ponto máximo, era o que provocava revolta e era o momento preferido do homem. Mas aquele não seria o primeiro, se tinha que provoca-la não seria por meia vontade, a mão direita antes no queixo também se abriu, o tapa um pouco mais fraco mas o suficiente forte para deixar marca dessa vez foi na bochecha, a bochecha esquerda que estava tão próxima de seus lábios. - Se quer ensinar Angelina, terá que aprender comigo. É a imposição que lhe deixo, uma garantia de que minha filha não falhará e nem correrá riscos. Do contrário prenderei-a em alguma cela de Nurmengard para lhe garantir segurança e deixarei o seu corpo para os lobos. Pelo que fiquei sabendo possuem um carinho especial por você... -

Mesmo com tudo aquilo, Alexia ainda era corajosa. Ela tentava de todas as formas manter equilibrado o nível das provocações e numa tentativa, tola, pelo que concluíram os olhos de Corélio tentava escapar de um jeito muito peculiar, corvos. As aves voavam em velocidade na direção de ambos, eram muitas, não teria tempo de extermina-las sem que alguma tivesse sucesso em se aproximar, a não ser que não fosse preciso matar os animais, não tinham lhe causado problemas, matar em vão nunca era proveitoso. A dualidade precisava ser mantida e se naquela noite fosse preciso matar, só mataria uma vez. - Realmente não ficarei sozinho, você me fará companhia! - O sorriso provocante havia voltado aos seus lábios, a mão esquerda e veloz já tinha empunhada a varinha empalidecida que num solavanco rápido agitava o ar ao seu redor e Corélio murmurou em seguida. - Arestum Momentum! - Mais uma vez sua mente trabalhava em fervorosa, não deixaria Alexa se livrar de si tão facilmente e ela tola como havia sido lhe deu aquela oportunidade. O feitiço havia desacelerado o momento, os corvos voavam em câmera lenta assim como Alexa que tentava aparatar em meio a eles, um simples passo para a direita foi o suficiente para que Corélio a segurasse pelo braço e naqueles três segundos que pareceram durar trinta minutos o homem saculejou o braço desfazendo o feitiço deixando-se levar pela aparatação da loira para lá sabe-se onde ela tenha corrido.
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSex Set 13, 2013 3:50 pm

Logo mais eu posto, panda.
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitimeSex Set 13, 2013 4:19 pm

Beleza, nega!
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MensagemAssunto: Re: Catedral de Uppsala   Catedral de Uppsala I_icon_minitime

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