Assunto: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qui Set 05, 2013 7:01 pm
Ministério da Magia
Escritório Superior do Líder dos Aurores
Localizado no centro, aos fundos, está o Escritório Superior do Líder dos Aurores. Um pouco menor que o próprio Quartel, o Escritório é inteiramente oval, possuindo uma decoração particular, que é de livre escolha do atual Líder dos Aurores. No centro, encontra-se uma espaçosa mesa de madeira negra, que possui conexão mágica com as mesas do Ministro da Magia e do Chefe de Execução das Leis da Magia; esta conexão trata do imediato envio de documentos entre estes(as) senhores(as), visando facilitar o trabalho. Na parede esquerda há um quadro inteiramente negro, que é ilustrado magicamente com todos os dados conhecidos pelo ministério (salvo os julgados sigilosos pelo próprio Ministro) do bruxo das trevas acusado em questão. Na parede direita, há uma lareira ligada a rede de flu, sendo esta uma das únicas três não-monitoradas pelo ministério; as outras duas são, respectivamente, do Ministro da Magia e do Chefe de Execução das Leis da Magia.
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Dom Out 20, 2013 12:13 am
Quanto maior o tamanho, maior era a queda. Assim se sentiria então alguém que se julgava um dos maiores bruxos de todos os tempos ao ser, de uma forma ou de outra, derrotado por outros. A batalha na catedral foi um dos maiores desafios que já passou enquanto combate nos últimos anos, poucas vezes teve de enfrentar oponentes fortes ao mesmo tempo e sozinho. Sozinho? Mas qual o peso dessa palavra? O que o havia levado a estar por fim realmente só? É difícil de se pensar em uma vida quando não se tem ninguém ou algo que a alavanque. Jason já teve algo e já teve alguém: o algo era o poder (pelo qual dedicou e dedica inteiramente sua vida), o alguém era seu falecido filho. Não restando mais ninguém, a obsessão pelo algo tornou-se maior ao ponto de fazer as coisas que fez, transformando não só sua vida, mas sua pessoa na encarnação de um verdadeiro inferno.
Poucos apostariam na possibilidade de tal acontecimento, muitos gostariam de vê-lo ou de ter o mérito de tal feito: capturado por quem durante toda a vida cuspiu em cima e esnobou, capturado por aurores. Em meio aquela sala oval, após uma curta viagem no espaço, materializava-se e caía ao perder o equilíbrio na aterrissagem. Deitado no chão e envolto de correntes estava agora no escritório superior do líder dos aurores. As marcas continuavam pelo corpo, alguns sinais de sangramento e uma respiração bastante ofegante. A visão meio turva, acompanhada de uma relativa dor de cabeça e tontura também completavam o estado desgastado no qual apareceria ali. Estava com raiva e precisava de energia, precisava sair dali ou as coisas piorariam tanto para ele quanto para quem estivesse perto. Virando-se para o lado ainda em meio a correntes, empacotado ainda com a varinha entre os dedos mas sem a possibilidade de mover seus membros, postou-se de frente para um quadro negro mágico daquela sala. A visão turva não facilitava, mas um pouco de esforço permitiu que o foco fosse voltando aos poucos, assim como a tonteira passava relativamente. Forçou, focou e notou que no quadro algumas informações pareciam surgir escritas e esquematizadas. Dados pessoais que só interessavam ao bruxo e ao organismo competente: ministério. Merda! Pelo visto tinha sido transportado pra alguma cela dos coxinhas. Via algumas informações como nome, idade, nível de periculosidade, número de assassinatos, possíveis crimes, últimas aparições, histórico e alguns esquemas que não compreendia por não fazer parte desta polícia mágica. Ao contar o número de assassinatos, percebeu que os números não batiam, bem sucedeu-se ao esconder boa parte deles. Alguns roubos de objetos preciosos constavam, outros não. Mas o que não pôde deixar de procurar e acabou por não achar foi o crime que ele mais se orgulhava de ter cometido, o crime que para ele foi a vitória de sua vida, o triunfo do forte sobre o fraco, a resolução de uma história antiga: o assassinato de Deko. - Não pode ser... - Disse com um pouco de dificuldades por enquanto, o corpo doía bastante e as marcas pareciam queimar mais do que nunca. Virava os olhos pelo local para identificar mais coisas, mas nada mais lhe chamava a atenção. O fato de que seu arque-rival poderia estar vivo lhe causava no fundo um sentimento de ódio, fracasso, vingança e orgulho que não havia uma descrição categórica para o tal; pena que agora teria outros problemas para se preocupar, já que não conseguiu fazer de Viktor sua marionete que o tiraria dali, precisaria bolar sua fuga antes que Henry chegasse em sua sala. Sabia que havia despertado a fúria do chefe dos aurores e viu que ele era duro na queda. Fitou mais uma vez o quadro e viu mais um assassinato sendo acrescentado de forma mágica e automática a este, já estava computando a morte do auror que havia feito de churrasco na catedral. Deu uma longa respirada e assoprou de forma rápida, deixando que uma feição de repúdio se instalasse. Hora de fugir!
Deko Càminn Aurores
Mensagens : 23 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 52 Localização : Desconhecida
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qua Dez 18, 2013 6:50 pm
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ㅤㅤ Logo após deixar Savage no Hospital St. Mungus, Deko tomava seu caminho às pressas para Rock Village, em Oxford. Havia horas que não dormia e, por mais que seu corpo não parecesse cansado, sua mente estava. Foram muitas informações em poucas horas: a devastação no Átrio do Ministério onde enfrentara as defesas locais para entrar sem ser notado; a conversa com Gabriel, o novo ministro da magia, e a revelação de sua condição e de sua cegueira; a visita à Prisão de Nurmengard com o descobrimento daquele ser Savage e toda aquela cena asquerosa que encontrou em sua cela. Seu cérebro fervilhava, ele precisava de um tempo. ㅤㅤ Mas este tempo não seria tomado agora, não conforme ele planejava. Estava chegando em seu lar, já satisfeito com a ideia de poder comer e beber alguma coisa, quando sentira algo estranho na atmosfera: era magia. Um urso polar rodopiava em sua direção e, em seu íntimo, Deko preocupou-se com seu último serviço. Será que deixar o hospital fora uma boa escolha? Será que lhe seguiram até lá e, com a oportunidade que o auror deixara, avançaram sobre as defesas e levaram Savage? — Merda, o que será?! — resmungou, então. ㅤㅤ O urso polar então lhe passou a mensagem de Gabriel:
ㅤㅤ "Deko, saiba que sou imensamente grato por tudo que fez hoje. Contudo, peço-lhe mais uma coisa: vá até o ministério e, sem dar explicações para nenhum dos funcionários, adentre meu gabinete. A medalha que você levas consigo dá livre acesso a todos os departamentos e salas do ministério. Dentro do gabinete, apanhe o documento posto sobre a mesa e leia-o. É a pasta contendo tudo que o Senhor Daguerreo descobriu sobre Savage, desde sua árvore genealógica até a cor de seu cabelo. Tudo que precisará saber estará aí".
ㅤㅤ O patrono então desvaneceu na brisa oxfordiana, deixando a mente de Deko mais agitada que nunca. O francês suspirou e, olhando para a viela que, após alguns metros, daria em sua residência, girou sobre os calcanhares e pôs-se a correr. Apalpou o bolso do casaco e, encontrando a pequena medalha, decidiu que desta vez iria usá-la: não precisava mais passar desapercebido. Retirou a varinha do bolso e, num sibilar, seu corpo se transformou num vórtex e desapareceu. ㅤㅤ Depois de passar pelo metrô de Oxfordshire e passar pela passagem secreta que levava diretamente para os fundos do Ministério da Magia, Deko adentrou ao Átrio e, caminhando firmemente e com passos largos, avançou sobre os aurores que faziam a guarda: um deles estava presente na última vez em que Deko apareceu por ali. Enquanto o francês colocava a mão no bolso para retirar a medalha, a defesa do saguão de entrada já se alarmara e sacavam suas varinhas prontos para deter Càminn. No entanto, Deko esbravejou: — ABAIXEM SUAS VARINHAS! Meu nome é Deko Càminn e eu devo passar! — e, mostrando o objeto que lhe garantia passagem, encarou — sem diminuir a velocidade das passadas — os guardas e os demais bruxos presentes naquele momento. Os aurores se entreolharam com desconfiança momentânea, mas deixaram com que Deko passasse e tomasse os elevadores. As portas se fecharam e um sorriso no canto dos lábios dele se formou: como havia sido mais fácil com aquele pequeno pedaço de metal. ㅤㅤ Chegando ao gabinete do Ministro da Magia, dirigiu-se diretamente para a escrivaninha de Catena. Assim como o urso lhe entregara na mensagem, sobre a mesa havia um documento e uma pasta repleta de papéis. Por um momento, permaneceu em pé, lendo aquele documento e algumas anotações em folhas que existiam no interior da pasta. No entanto, o tempo passava e Deko percebia que a leitura se entenderia por um longo tempo e, desta maneira, se permitiu sentar na poltrona de Gabriel. Acomodou-se e, fechando o cenho, pôs-se a ler toda aquela papelada e enciclopédia sobre Savage. Era muita história.
[...]
ㅤㅤ As horas corriam: três, quatro, cinco horas de leitura e, a cada página lida, mais Deko ansiava por informação, mais o francês se perdia a tantos enigmas no emaranhado confuso que era aquele indivíduo que levara ao St. Mungus. Absorto em sua leitura, o auror não percebera que a porta estava semi-aberta e que as janelas escancaradas permitiam que o vento frio do lado de fora bagunçasse com as cortinas no interior do recinto. E foi com uma dessas rajadas de vento que a porta se abriu e num estrondo bateu na parede de apoio. O francês se assustou e, olhando para a sala, notou que se detivera tempo o suficiente para que suas pernas adormecessem. Resolveu então levantar e esticar os músculos, mas antes recolheu o Manual Savage e organizou a sala, fechando as janelas e amaciando as alvoroçadas cortinas. Tomou a pasta consigo e, colocando-a no bolso interno de seu casaco — e então tocando com a ponta da varinha na vestimenta, Cave Inimicum —, saiu como se não estivesse portando nada. ㅤㅤ Nos corredores do Ministério ainda transitavam muitos bruxos: o serviço ali era vinte e quatro horas. Felizmente, no andar em que se encontrava, apenas alguns funcionários tinham acesso, já que era área restrita. Alguns aurores caminhavam pelo corredor — dado a proximidade ao Quartel General dos Aurores — e Deko cumprimentava alguns deles, mesmo que para muitos ele estivesse há anos desaparecido; outros nem o reconheciam. Era cômico como, mesmo no mundo bruxo, essas coisas eram tidas como estranhas. Deko Càminn, o desaparecido recém aparecido. ㅤㅤ E foi assim que ouviu um comentário que gelou seu coração e estilhaçou sua mente: — ... son Dolley, sim, capturado. Está na sala do Henry. Não, não sei como, mas... — e não conseguiu mais ouvir, uma vez que se distanciavam os que conversavam, outra que o francês experimentava um sentimento sobrenatural demais. Era um ódio despertado. Sua respiração ficou ofegante demais, como se estivesse tendo um ataque cardíaco; seus olhos estavam arregalados e sua testa já suava. Seus membros tremiam numa euforia e num furor indescritíveis. Ira. Deko parou no meio do corredor e lembrou de sua vida desde a adolescência, particularmente desde um verão em Durgwest onde um loiro insolente lhe dirigiu a palavra. Sua mente girava e, por mais que tenha se preparado anos inteiros para o momento de reencontrar seu último inimigo, não podia rejeitar a vontade de acabar com a vida daquele maldito com as próprias mãos. Todavia, seu coração era bom e lhe deteve de fazer qualquer coisa sem antes forçar a pensar. ㅤㅤ Fechou os olhos e forçou a mente a trabalhar. Primeiro deveria avisar Gabriel de que recebera seu patrono e que já lera boa parte do que precisava. Sacou a varinha e, girando-a, uma coruja espectral surgiu e voou para uma das janelas, levando a seguinte mensagem pra o ministro da magia:
ㅤㅤ ㅤ"Gabriel, atendi ao seu chamado. Estou informado sobre Savage, porém surgiu algo de EXTREMA importância particular, bem mais que SAVAGE neste momento... Eu NECESSITO vê-lo...".
ㅤㅤ Com a Onisciência de Gabriel, Deko sabia que o mesmo entenderia sobre Dolley, bem como esperava a preocupação de Gabriel sobre como Càminn lidaria ao ver Jason... e até mesmo Deko temia que perdesse o controle. Mas a ansiedade de ver Jason Dolley era muito maior... era o que procurara seu exílio inteiro. ㅤㅤ O auror sabia onde ficava exatamente a sala do Chefe dos Aurores: estivera lá muitas vezes. Lembrava exatamente da arquitetura e da geometria da saleta. Seu coração pulsava a cada metro a menos entre ele e seu destino. A porta de carvalho apareceu no fundo do corredor e, com passos apressados, Deko a alcançou. E então parou. Sua respiração ainda acelerada e a mente fervilhando. Aquela parede era a barreira entre dois poderosos bruxos que se odiavam desde a infância — apesar de que Deko, por um momento em sua vida, tivesse tido esperanças de um bom convívio com o loiro, porém a perdera definitivamente quando seu rival se deixara tomar por uma loucura extra normal. Retirou sua varinha e, com um respiro de ódio, tocou a maçaneta e a girou, cuidadosamente para não fazer barulho algum. ㅤㅤ A sala estava escura e, com a claridade do corredor atrás de Deko, seu rosto não estava visível. Qualquer um que estivesse naquela penumbra interna teria dificuldade pra focar qualquer coisa e, muito menos, distinguir as feições do francês. Ali estava o maldito Dolley, amarrado, em seu posto. Os olhos de Deko varreram toda a aparência do mesmo e surpreenderam-se ao encontrar um Jason não mais jovial e belo, mas sim alguém com uma aparência abatida e com alguns ferimentos e sangramentos pelo corpo. Os olhos de Càminn caíram sobre a mão do mesmo e, ao perceber a varinha entre seus dedos, moveu sua varinha e um raio vermelho desarmou o mesmo, lançando a arma de Dolley para o outro lado do recinto. ㅤㅤ Deko permaneceu ali parado por alguns longos minutos. Eram tantas lembranças e a cada uma dela, um desejo de conjurar a Maldição Imperdoável e vê-lo brilhar em luz esmeralda aumentava em seu coração. Era uma vontade louca, débil. Seu corpo faria isso, não fosse o pingo de sanidade que lhe restava. Notara que Jason lhe fitava, talvez sem ainda imaginar que ali, postado à sua frente, se encontrava aquele que um dia ele pensou ter derrotado. — Hahahahahuhumm.... — soltou uma risada resmungada. — Dolley, Dolley... que surpresa! ㅤㅤ Dando um passo a frente — agora permanecendo a uns dez metros de distância do rival — e segurando a varinha na direção de Jason, Deko revelou seu rosto devido à luz da lareira ligada à rede de flu. O brilho nos olhos de Deko era intenso, a chama de uma vingança era evidente: parecia o velho Deko companheiro de Matt, aquele que há muito não surgia. Era a ira encarnada. Um cinismo incontrolável encheu a voz do francês quando o mesmo pronunciou: — Eis que é chegado o momento de você perceber que não fez nada direito, Jason. — E gargalhou, sabendo que a revelação de sua sobrevivência seria muito mais eficaz que qualquer feitiço lançado naquele momento... ㅤㅤ Entretanto, a tortura de Jason estava só começando... e começando ferindo-lhe o orgulho.
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qui Dez 19, 2013 8:24 pm
Mal pôde perceber por quantas vezes adormeceu exausto e acordou. O cansaço era fora do comum, sua 'maldição' lhe consumia cada fio de energia que ainda estivesse no corpo, é como se estivesse em combustão: Se não fosse um bruxo do seu próprio nível, estaria morto. Aliás, a relação do poder sempre envolveria um série de trade-offs e quanto mais poderoso um bruxo se tornava, mais este se comprometia, se corrompia, se sacrificava. A cada vez que acordava, além das dores que queimavam a alma, a mente e o corpo, havia a dor do sentimento de derrota e fracasso que lhe atingia pontualmente em um ponto extremamente frágil para um grande bruxo: o ego. Será que esse seria seu fim? Será que agora seria preso e ficaria o resto da vida em alguma espécie de cela especial que o aprisionasse? Será que ninguém viria salvá-lo? Mas quem diabos ele tinha que quisesse salvá-lo? Eis o preço da solidão, sem pai, sem filho e nem esposa, agora Dolley já não tinha mais ninguém.
Tentou-se virar mas sentiu muitas dores para isto, a medida que se mexia era como se as correntes ficassem cada vez mais apertadas. Por mais deplorável que fosse sua situação, não cantava derrota. A visão turva vinha acompanhada de uma ampliação da audição, seus sentidos estavam todos distorcidos e para completar ainda tinha uma necessidade enorme de saciar sua necessidade por poder. Parou de tentar se movimentar quando as frequências daquela sala geometricamente planejada mudaram, havia alguém ali. Se Henry havia chegado, era bom ambos estarem muito preparados para mais um round de muita dor e tortura. Sentiu sua varinha ser varejada longe em um estalo, sua 0,001% de esperança de que alguém poderia ter vindo a seu resgate estava indo agora ralo abaixo. Tim, ou até mesmo o verme do Balthier, filho e pai, teriam-lhe resgatado sem medir esforços, aliás, os três juntos eram imbatíveis. - Henry, estava com saudades? - Perderia os dentes mas não a chance de torna o trabalho do auror um inferno ainda maior. Não teve uma resposta rude e imediatava. Revirou os olhos e respirou profundamente, soltando o ar de forma a expelir um pouco de tédio na atmosfera. Passaram-se alguns minutos até que ouviu uma risada, não reconheceria de primeira simplesmente pelo ruídos do riso e do tom irônico, aliás, Henry não era de piadinhas. O mistério acabou quando palavras de fato lhe foram proferidas. Arregalou os olhos enquanto sua espinha gelava o deixava estático por um breve momento: milhares de flashbacks passavam por sua mente a uma velocidade incrível, parecia reviver todos os confrontos e todo a raiva que tinha para com o rival. Engoliu seco e implantou um sorriso forçado e irônico, como sempre. - Deko, de volta dos mortos? - A cordialidade era tão falsa que incomodaria até os mais desapercebidos. Nas condições em que se encontrava, até zombar lhe custava uma dor imensa. As manchas vermelhas pelo corpo reluziam ainda em escarlate, os ferimentos completavam a aparência deplorável do prisioneiro. Seu arque-rival não só estava vivo, mas estava 'vencendo'. As coisas não poderiam terminar assim, não descansaria em paz enquanto não o enterrasse vivo. Ouviu o novo insulto do auror a medida em que este se aproximava; só poderia estar alucinando, aquilo não era possível. Rosnou e tentou se soltar com investidas raivosas, mas parecia estar, até então, bem domado. - Pois é, agora por quê você não me solta pra gente fazer as coisas direito, hein? - Disse e soltou uma risada, um tanto quanto perturbada. This couldn't be happening...
Deko Càminn Aurores
Mensagens : 23 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 52 Localização : Desconhecida
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qui Dez 26, 2013 3:01 pm
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ㅤㅤUm sorriso desdenhoso no canto dos lábios do auror era a mostra de que sua mente trabalhava à todo vapor: lembranças, sentimentos de raiva — algum deles dolorosos demais —, ira e o melhor de tudo... uma vontade incontrolável de ver aquele verme sofrer, centenas de vezes mais do que fizera com as pessoas em toda a sua vida. Sua varinha era girada por dedos que não sabiam quais dos feitiços — dentre eles alguns letais, imperdoáveis — conjurar, dado que o cérebro de Deko fervilhava de ideias. ㅤㅤ— Você é um estúpido, Dolley. Aquele que você pensava ter derrotado... nunca esteve. Estou vivo, sim, você não conseguiu acabar comigo... você não é capaz. — a voz provocativa e cheia de veneno lançava aquelas palavras afiadas. — Engraçado que você não faz nada certo até hoje, eu suponho, por estar amarrado bem no meio do Ministério da Magia... desta vez acho que você está enrascado — e se aproximando do corpo amarrado de Jason, mas ainda mantendo certa distância, olhou-o com escárnio. Cuspiu sobre seu corpo. — Ah... você não vai esquecer do dia de hoje, assim como você nunca esqueceu de mim, não é mesmo, Jason? Pode se debater o quanto quiseres, seus grilhões não cessarão enquanto eu não quiser... não iriam te deixar aqui com qualquer possibilidade de fuga sua, seu demente... Vamos ver como é jogar o meu jogo. Accio! — e a varinha repelida de Jason encontrou a palma livre de Deko, cujos dedos seguraram firmemente a arma do oponente e depositaram o artefato no bolso de seu casaco. ㅤㅤO sorriso então desvaneceu e uma expressão doentia tomou conta do semblante do francês. ㅤㅤCom um movimento da varinha, as cordas que envolviam o corpo do loiro apertaram, pressionando seus membros contra o tronco, machucando seus músculos e lhe abrindo devido ao atrito algumas feridas que tentavam cicatrizar. ㅤㅤCom outro movimento, o corpo amarrado foi suspenso a um metro e meio do chão, girando lentamente em todas as direções enquanto o bruxo francês o olhava, decidindo se atacá-lo pela janela seria um bom fim para a vida de um vilão. ㅤㅤTalvez não. ㅤㅤCom os olhos fechados, Deko manteve o corpo de Jason flutuando pela sala. Sua respiração estava descompassada devido ao furor que corria em suas artérias e veias. O globo ocular girava por baixo da pálpebra e sua mente relembrava da última batalha que os dois tiveram... Càminn sentia por ter sido derrotado, mas ainda mais, ter perdido a relíquia de sua família. E, além disso, a cena de Dolley lambendo o rosto de sua amada Maryana lhe dava um asco enorme... ah, a desaparecida Maryana... por onde o primeiro amor daquele francês se encontrava naquele momento? Teria Jason feito alguma coisa com ela? E novamente o ódio lhe sugeria três feitiços que lhe custariam o cargo e talvez até lhe enviassem para Nurmengard... mas ah, o loiro merecia, merecia sofrer por tudo que tinha feito. ㅤㅤPor Gilderoy, por Maryana, por Thomas, por Cedric, por Ditte... ㅤㅤUma vontade de ver Jason Dolley agonizando lhe tomava... apenas um feitiço, apenas um. Um que lhe fizesse gemer de dor. Um feitiço. Uma maldição. Cruciatus. Imperdoável... A mão de Deko iniciou um movimento ascendente girando sua varinha firmemente. ㅤㅤPor Gabriel Catena... ㅤㅤE com essa última dedicatória as pálpebras de Deko abriram e seus olhos fulminavam o corpo suspenso de Jason. Seus lábios abriram num grito ensurdecedor em meio àquela saleta silenciosa: ㅤㅤ— ESTUPORE! ㅤㅤE um míssil vermelho se projetou da ponta da varinha do francês e com uma velocidade absurda atingiu o loiro, levando o corpo de Jason para o outro lado da saleta, de encontro às estantes e, atrás destas, a parede de pedra da estrutura do ministério. O feitiço fora forte o suficiente para destruir os grilhões do loiro e, se este permanecesse acordado, estaria livre das cordas que lhe corroíam a carne devido a pressão. Mas não estaria livre de Deko... ㅤㅤ— Então vamos fazer as coisas direito, Dolley...
Gabriel Catena Autoridades Máximas
Mensagens : 40 Data de inscrição : 04/09/2013 Idade : 52
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qui Dez 26, 2013 4:44 pm
OFF: Deixe aqui seu comentário se você também estiver esperando outro puta murro.
(depois a gente apaga... rs)
Teddy Lupin Feiticeiros Distintos
Mensagens : 10 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 54
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qui Dez 26, 2013 6:20 pm
Teddy Lupin
Eu confesso que estou sempre com medo, sempre envergonhado do que está dentro de mim.
Um clarão fora visto e de repente da lareira a direita da sala, chamas verde peroladas surgiram dando forma a uma silhueta masculina que deu o primeiro passo sorrateiro em direção a sala que um dia lhe pertenceu antes de ter se tornado ministro. Teddy Lupin estava com a varinha firme na mão direita, estava preparado acaso alguém indesejado aparecesse. Planejara uma passagem rápida pelo ministério e pegaria a rota menos provável para chegar ao seu destino. O que de fato não deu certo… Seus olhos se fixaram no que estava acontecendo, se fazia presente na hora em que o sujeito amarrado tinha sido estuporado, sendo lançado contra a parede. - Ora… - Sussurrou um tanto surpreso. A ponta do indicador esquerdo alisava o topo da varinha, estava tenso, mas não havia mais volta. O ex-ministro deu o passo a seguir, lançando sua atenção ao rapaz auror que estava perto da porta, este havia feito um estrago no rapaz preso, que pela confusão não pôde perceber de quem se tratava. Os destroços não deixaria com que visse seu rosto tão cedo, e a distancia entre os dois impedia qualquer tipo de aproximação. Lupin caminhou até uma das prateleiras do recinto, a mais próxima do quadro negro. Parecia procurar algo sem se importar se o auror o atacasse, por vista não o conhecia, tampouco sua feição lembrava algum nome, mas não o subestimou. Afinal, não havia nada que lhe pertencia naquela sala, seu destino mesmo era a sala do ministro. - Fico surpreso de ter pessoas a esta hora dentro do Ministério, pois é, de fato eu fui um tolo em começar minha busca por aqui, porém eu não contava com a presença de aurores, não aqui, na sala de um superior… - Disse em alto bom som para que chamasse a atenção para si. Seus olhos agora fitavam os do auror. - Se bem me lembro, a sala de interrogatórios não se encontra neste setor. Pois enfim, perdoe-me, não quero incomodar, estou apenas de passagem. - Sorriu de forma gentil, porém falso. Estava prestes a sair se acaso não fosse interrompido.
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Dez 27, 2013 6:21 pm
Esse tipo de batalha de ego e tortura emocional era algo muito utilizado entre os bruxos mais poderosos; Surpreendia-se Jason com o fato de que Deko, que para ele agora era alguém muito inferior, estava utilizando deste artifício, e o pior, estava aparentemente ganhando.
Cada segundo que Deko utilizava a seu favor para refletir era como uma tortura leve mas perturbadora, era como suturar um ferido sem anestesia: por mais fina que fosse a agulha, só aqueles que a sentiam verdadeiramente é que estavam cientes do quanto aquilo era infernal. Infernal, inferno. Um belo sentido para tudo que Jason havia se tornado e se envolvido, por muitas vezes gostava dos títulos a ele atribuídos, ser maligno era algo muito bom. Por dias sentiu-se o rei de Dark City, já não tinha mais seu filho Tim e já havia assassinado seu pai Balthier a quem lhe devia todo o poder adquirido nos últimos anos e toda a fúria do mundo. Bem ou mal agora estes eram um só, o pouco de Balthier dentro de si lhe tornava forte e 'frágil' ao mesmo tempo, susceptível às oscilações mais temíveis, temia de certa forma deixar que aquilo o consumisse e com isso moderou-se. Acredite quem quiser.
Estava mais fraco do que costume, parecia uma bomba relógio. Suas marcas vermelhas escarlate espalhadas pelo corpo pareciam brilhar cada vez mais e alastravam-se por toda a derme de maneira a tatuar seu corpo em dor. Sentiu o cuspe de Deko e teve de engolir junto a todos os insultos que lhe precediam e que viriam logo. Começou a sentir um arder profundo no seu corpo, mas uma dor que lhe atingia nas camadas do que algum trouxa chamaria de "alma". Era como se a magia que estava dentro de si tivesse resolvido estourar. O corpo não aguentava, dos olhos escorriam algumas gotas de sangue, assim como pelas orelhas, qualquer pessoa com um pouco de conhecimento saberia que aquilo não era normal, embora ninguém ali soubesse do que se tratava. - Pelo seu bem, é melhor parar. - Disse, agora trincando os dentes para não gemer de dor e não começar a gritar, tentava conter algo dentro de si que por anos não quis deixar sair. Sentiu as correntes se apertarem e deixou escapar um grito de dor que fez com que alguns livros caíssem das prateleiras, algo de assustar a qualquer um. Aliás, que diabo de grito faz coisas moverem-se? O histórico de Jason, música e barulho era grande. Foi suspenso no ar e ficou à mercê de seu arque-rival, humilhante, não? Mas por um momento, por mais improvável que isto fosse, estava mais preocupado com o que poderia acontecer se eles ultrapassassem o breaking point do quê com sua honra. Apenas pelo momento, sentimento totalmente imediatista. - Se for me matar, peço apenas que o faça logo. Por mim e por você. - Disse e logo foi lançado em diversas direções, soltando a cada impacto mais gritos que a cada vez faziam tudo tremer, e tombar. O esforço que Jason fazia para conter o desconhecido ia de muito ao insuportável. - PARE! - Pelo visto o único Deko que havia morrido foi aquele rapaz bom que por muito antagonizou com o Dolley egoísta da adolescência. E em um novo movimento foi lançado contra uma prateleira, rompendo as correntes que caíram quase que simultaneamente ao bruxo. Jason começou a tremer e parte dos sangramentos aumentavam assim como o brilho das marcas que carregava; pareciam brasas. O limite foi estourado. Mal capaz de falar sibilou o suficiente para que se fizesse entender. - Eu avisei - Soltou um urro de dor e desespero ao mesmo tempo em que colocou suas duas mãos na cabeça, o grito fora muito forte, muito mais do que todos aqueles anteriores. E não bastasse o grito, um som muito agudo e linear tomou conta do salão e provavelmente de boa parte do ministério. O agudo era tão forte e desesperador que Jason não conseguia tirar as mãos dos ouvidos, enquanto os olhos arregalados e maltratados ficavam a ponto de saltar. Não foi o melhor momento para uma segunda pessoa entrar naquele salão. O som fez com que todos os vidros quebrassem e logo as orelhas de Jason começavam a sangrar assim como a de todos que escutavam o grito. Não, não era um feitiço e dificilmente um abaffiato seria pário para tamanha explosão. Explosão, assim como alguns átomos em atrito destroem cidades, o atrito de Jason e o que havia de seu pai (Balthier) dentro de si era capaz de coisas que nem ele conhecia. Em meio ao desespero deste e de todos, que ao menos que saíssem dali sofreriam as consequências das incansáveis torturas do auror para com Dolley, apoiou uma das mãos no que restava das correntes e conseguiu colocar-se de pé a medida em que estas iam se desfazendo em sua mão e esfarelando-se contra o chão. Graças ao diabo aquelas eram correntes mágicas, erro básico de Henry. Ainda de pé pegou de dentro de suas vestes algo que parecia ser um artefato antigo e que fez parte da guerra interpessoal dos dois. O agudo cessou a medida em que Jason pôde mais uma vez lutar para contê-lo, não estava muito forte ainda, mas já mantinha-se de pé. Esperando que não estivessem totalmente surdos, embora com a audição bem danificada, estendeu o braço segurando aquele artefato. - Então vamos lá, fazer as coisas da maneira correta. - Cerrou um pouco os dedos como se ameaçasse destruí-la e absorvê-la como fez com as correntes mágicas. - A esfera pela varinha. - Disse, ainda sério e ofegante, sem sorrir. Sem dúvidas uma proposta difícil de se aceitar visto o valor que esta teria. Olhou brevemente para o terceiro ali naquela sala, embora não estivesse se importando muito com sua presença. Devolver a esfera para Deko seria como perder uma batalha, mas mesmo para seu próprio bem era o melhor que podia fazer.
Admin Admin
Mensagens : 172 Data de inscrição : 03/09/2013
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Dez 27, 2013 9:13 pm
Narração
Ed, Bob e Tim - Os Aurores do Ministério
Apenas mais um dia rotineiro na noite calma do ministério, pensavam os plantonistas. Com o avançar das horas, todos aqueles que trabalhavam ali diariamente já haviam ido embora, restando somente alguns bruxos que cuidavam da segurança e também a equipe dos elfos que zelava pela limpeza. Todos trabalhavam calma e tranquilamente, até o fatídico horário. Vidros quebrando. O prédio tremendo. A água das fontes, balbuciando. O que quer que tenha causado aquilo, certamente não era humano.
Ed, Bob e Tim, os três aurores que estavam incubidos de guardar o ministério e seus andares naquela noite, assim que ouviram o que estava acontecendo, acionaram seus dispositivos rastreadores e aparataram para o ponto de encontro para traçar um plano rápido de ação; os elfos, em pânico, fugiram todos.
- Vocês ouviraram?! Sentiram?!.. AINDA sentem??! - Disse Ed, que era novato e estava bastante assustado. Esta era apenas sua terceira semana como auror.
- Claro, Ed-Estagiário. Todo mundo no mundo escutou. - Seguido de Bob, o veterano, que não tinha paciência com o novato.
- Ei, vocês dois! Sem essas briguinhas agora. Sigam meus comandos e vamos entrar em ação. Temos 15 segundos para agir... Contando agora. - Tim, um dos aurores mais dedicados e estudiosos que o ministério dispunha, era o líder da patrulha noturna de segurança do ministério. Um pouco mais velho que Bob, Tim aguardava ansioso pela sua promoção; desejava caçar bruxos das trevas.
Com um plano de ação rápido e com os animos controlados, os três aurores aparataram para o corredor que levava até o escritório superior de seu líder, estranhamente ausente por um período longo demais.
- Calma, agora! Vamos devagar... - Disse Tim, esgueirando-se lentamente, com um trêmulo Bob atrás de si e um desleixado Ed.
Observou cautelosamente pela porta, que jazia aberta, suspeitava, devido ao grito e pôde ver uma cena que nem em sua mais remota imaginação teria pensado. Viu o auror Deko, que constava desaparecido/inativo dos registros, ser ofertado pelo extremamente procurado Jason Dolley com uma esfera que, suspeitava ele, era roubada e tinha valor sentimental. Mas essa não era a cena que mais causou espanto.
Seu antigo chefe estava ali! O antigo Ministro da Magia, a quem Tim ofertou sempre o maior respeito, estava ali. Pensando rápido concluiu: ele poderia estar em perigo! "Não!", pensou Tim, "Ninguém relará a mão no Ministro!.
Com os olhos cerrados e convicto que estava tomando a atitude certa, olhou para trás e viu em Bob e Ed a face da confusão. Ambos esperavam por um sinal, uma resposta, e Tim viu ali que poderia manipular. Usando de gestos previamente combinados, orquestrou a ação dos outros aurores: entrariam os três e tomariam a atitude mais tresloucada que poderiam pensar.
E isso tudo em 3, 2, 1...
- EXPELLIARMUS!
E, dos três aurores, um raio vermelho saiu das varinhas em direção a que o auror Deko empunhava. "Mesmo não sendo mais Ministro, essa ação heróica planejada por mim certamente me dará uma promoção!", pensou Tim, antes de seu ato... Impensado.
Deko Càminn Aurores
Mensagens : 23 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 52 Localização : Desconhecida
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Dez 27, 2013 10:16 pm
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ㅤㅤ Os músculos de Deko relaxaram após a liberação daquela magia enquanto respirava profundamente, recuperando-se do esforço utilizado pelo feitiço: a dose extra de raiva potencializou tanto o feitiço, quanto exigiu mais do auror. Era um feitiço guardado há anos. ㅤㅤ Todos os gemidos da sua vítima não tinham despertado nenhum sentimento de misericórdia da parte de Deko, nem mesmo quando este começou a sangrar em dado momento. Aquilo era grotesco, assim como toda vida e personalidade do Dolley. Deko percebia que por mais que tivesse noção breve da vida daquele rapaz, como sua afinidade com a música e suas relações familiares complicadas, não imaginava que tipo de magia bizarra era aquela. Que tipo de doença — e se isso fosse realmente uma doença — ele teria? Provavelmente era um prêmio de uma vida mal vivida. ㅤㅤ O baque do corpo de Jason contra a parede fizera a sala tremer e, se não se tratasse de um bruxo poderoso como o loiro, Deko teria certeza que aquele duelo acabaria ali. No entanto Dolley não era um bruxo de extermínio fácil: vaso ruim não quebra, como pensava Càminn naquele momento. Arqueando os joelhos em posição de embate, os olhos cautelosos procuravam a presença do oponente entre os escombros, quando foram surpreendidos pela lareira de rede de Flu. Mas que merda era aquela? Como Jason conseguira chegar ali? ㅤㅤ A varinha mudou de direção e, apontando para a forma masculina que surgia, já era arqueada para o lançamento de mais um feitiço... até que um cabelo castanho avermelhado que caíam sobre um rosto pálido chamaram-lhe a atenção. O princípio de outro feitiço estuporante, então, foi cancelado. ㅤㅤ — Teddy Lupin!?!? — exclamou o auror. ㅤㅤ Fora necessário um segundo para Deko pensar. Naquele momento fora transportado para uma outra dimensão, como se seu cérebro trouxesse um arquivo há muito não usado. Estava agora de frente a um singular bruxo: conhecido aluno de Hogwarts que duelara com Dallas e Dougie, num torneio mágico. Depois disso tornou-se um auror, assim como Deko, que buscava a paz no mundo bruxo e lutava contra quem tentasse transgredir as leis vigentes. Lecionara em Durmstrang, assim como o francês, e então tornara-se o mais jovem Ministro da Magia até aquela dada época. Era um excelente currículo, no entanto existia algo para sujá-lo de negro... assim como o de Càminn. ㅤㅤ Tantas semelhanças. ㅤㅤ Deko entendia o lado sentimental que levara Lupin a acobertar as atrocidades de Jullien. Tentar descobrir a verdade e salvar alguém que, na sua opinião, pudesse ser inocente — ou talvez não tão culpado —, seria algo que o francês também faria. Como subordinado do ministério, era seu dever capturá-lo e sempre fora instruído para tal, apesar de não concordar em fazer isso. Acatar à essa ordem faria com que Deko deslegitimasse o que mais zelava: ouvir o coração. ㅤㅤ Todavia aquela era uma situação muito, mas muito peculiar. Em outro momento Deko levaria tudo aquilo em conta e se absteria de desconfiar de Ted, lhe dando o benefício da empatia do francês. O calor da batalha com Dolley não permitia que o auror pensasse coisa diferente: o ex-ministro — e atual wanted do Ministério — estaria ali ao auxílio do loiro? ㅤㅤ Ao ouvir as palavras de Lupin, Deko entendera aquele tom, talvez, como irônico demais, o que o fez desconfiar ainda mais do bruxo recém chegado. Não engolira a história de que estava apenas de passagem e não permitiria — ou daria chances — de perdê-lo de vista. — Fico surpreso por alguém procurado usar a rede de Flu do Ministério da Magia. A insanidade de Dolley lhe contaminou? Acabei de dar cabo em quem você procura, Ted, e muito me espanta você ajudar esse tipo de gente! — e, girando a varinha com o movimento do pulso, finalizou, enquanto o bruxo se encaminhava para a saída da saleta: — Não há local proibido para aurores quando o dever chama, Lupin! IMPEDIMENTA! ㅤㅤ E então um sussurro. Eu avisei. Boom. ㅤㅤ O feitiço de Deko, apesar de sua boa mira, acertou o batente da porta em que Lupin se aproximava. A madeira trincou com o impacto do feitiço, que se dissipou então. O desvio se dera pelo som agudo que penetrara nos ouvidos do auror. Com um movimento virou seu corpo na direção de Jason Dolley e o viu ainda mais estranho: não tinha certeza se aquilo realmente fora obra de seu feitiço estuporante. Parecia mais que o rapaz havia sofrido de um Sectumsempra. O som tornou-se ainda mais intenso a ponto de estraçalhar a vidraçaria e, se protegendo com seu casaco, Deko evitou ser atingido por muitos deles. Aproveitando o movimento de defesa, sacou a varinha para conjurar um feitiços que daria um fim naquele grito, só que ao momento que conjurava, sentia a força invisível de algo que transpunha a potência de seu feitiço. Como poderia um feitiço não funcionar? ㅤㅤ Extremamente desconfortável com o som e com uma expressão que não disfarçava essa condição, Deko colocou as mãos sobre as orelhas, tampando os ouvidos, e pressionando a cabeça de ambos os lado de modo a tentar minimizar o efeito daquelas ondas sonoras. Da testa do auror brotavam agora algumas gotículas de suor e seus joelhos flexionavam um pouco, até que toda aquela tortura acústica se findasse. — Por Merlin, Dolley, você já foi mais afinado! — E um zumbido desconfortante instaurou na cabeça do auror, o que lhe irritava. Não haveria ironia ou zombaria suficiente para disfarçar de que aquilo lhe incomodara realmente. ㅤㅤ Jason então enfiou a mão no bolso. Que tipo de artimanha ele faria? Outra varinha? O auror já preparava mais um feitiço quando, de repente, seus olhos arregalaram. Uma esfera... A Esfera.
ㅤㅤ Não, aquilo não podia estar ali, não tão perto. Não ali, ele não carregaria... Ao ouvir a proposta de Jason a boca do francês escancarou, incrédulo. Sim, seu artefato. A Esfera dos Càminn. O elo que Deko tivera com Gilderoy. Artefato que carregava boas lembranças das quais Jason não se fazia presente e, além disso, o único objeto que fora tocado por seus pais que ainda existia. Significava muito para Càminn... e a troca que Jason pedia era muito óbvia. A mente de Deko voltou ao turbilhão de descargas elétricas de raciocínio: um jogo de possibilidades e, a cada ideia, um pesar de seus prós e contras. ㅤㅤ Mas e se fosse uma pegadinha? Não... não era, Deko podia sentir a magia proveniente dela. Seu brilho era inconfundível, era ela. Aproveitando o movimento da varinha, Deko conjurara o mesmo efeito utilizado para capturar a varinha de Dolley. Accio! Entretanto, o artefato estava bem preso entre os dedos do loiro e, por mais que seu pulso se movimentara com o efeito do feitiço, se manteve firme segurando a esfera de cristal. Os lábios de Deko pressionaram-se mutuamente enquanto o bruxo soltou um suspiro de raiva e frustração. ㅤㅤ Colocou a mão no bolso e, retirando a varinha de Jason, desviou o olhar da relíquia de sua família para o semblante de Jason. Não existia nada além de seriedade. — Dolley, eu juro que se você destruir o que ME pertence, no mesmo instante você verá a morte esmeralda. Não brinque comigo. — O tom era ameaçadoramente doentio. — Eu não confio em você, muito menos você em mim... mas vamos fazer de um jeito simples e seu lacaio não irá se intrometer, porque isto aqui é pessoal... — Frisou as palavras e olhou de relance para Teddy Lupin, que provavelmente estaria também atordoado pelo grito que Jason há pouco dera. Deko ainda imaginava que Ted viera ao auxílio do loiro. — Engraçado que você sempre precisa de ajuda, Jason. E desta vez me surpreendi de não ser o Matt... — Apesar de parecer uma provocação, eram sinceras cada palavra. ㅤㅤ — Chega de balela. Se você deixar o que é meu aí, no chão, deixo sua varinha aqui também, no chão. Simples. — e respirando fundo, encarou Lupin e, logo após, Jason. — E novamente, Dolley, se você quer fazer as coisas da maneira correta, que comece assim... e se você tentar trapacear, lembre-se que eu ainda tenho uma varinha... e que seu amigo aí não tente lhe ajudar... ㅤㅤ Deko mantinha sua varinha na mão direita e, envolta pelos dedos da sua mão esquerda, estava a arma de Jason Dolley. E, no exato momento em que terminara de pronunciar o plano para o loiro, um feitiço lançou a arma do louro para o ar, em uma direção aleatória no meio da sala. Por um momento era óbvio que Lupin lançara aquele feitiço, mas ao olhar para a direção de onde viera a conjuração, notou, à entrada da saleta, três vultos vestidos em trajes de aurores. ㅤㅤ — Mas que merda é essa?! Vocês ficaram loucos? — e, girando a varinha da sua mão direita por baixo do braço desarmado, Deko atacou-os: — Everte Statum! — e o feitiço lançaria o primeiro atingido para o corredor, dando piruetas no ar e, se estivesse com sorte, empurraria quem estivesse atrás do primeiro alvo. ㅤㅤ Com esse pequeno desvio de atenção e, para seu azar, a perda do objeto para escambo, Deko irritou-se ainda mais. Jason só podia ter feito pacto com a sorte. Olhando novamente para Jason para não perdê-lo de vista, o francês tentou manter a postura e procurar a varinha de Jason no meio daquele caos. ㅤㅤ O tempo era pouco e Deko temia que a varinha estivesse caído mais próximo de Jason que dele próprio.
Teddy Lupin Feiticeiros Distintos
Mensagens : 10 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 54
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sáb Dez 28, 2013 4:18 pm
Teddy Lupin
Eu confesso que estou sempre com medo, sempre envergonhado do que está dentro de mim.
A situação logo estava se tornando cada vez pior. Seus lábios se curvaram em um sorriso torto ao perceber de quem se tratava pelos urros vindo do fundo da sala, seus olhos ainda estavam direcionados aos do Auror e não ousou dar atenção para o que vinha pelas suas costas. Ted continuou caminhando ignorando a discussão, até que a palavra lhe fora direcionado. - De fato, a insanidade de Dolley afeta a todos quando estão por perto, afinal pensar que estou compactuando com ratos no calão é uma visão um tanto indigna e ofensiva contra a minha pessoa. - Disse gesticulando com a varinha, sabia que seria atacado a qualquer momento, de qual lado, ainda deveria descobrir. - Porém devo discordar, acredito que os subordinados devem se colocar em seus devidos lugares, sujar e destruir a sala de um superior. Quanta desonra… Mas não se preocupe, não estou aqui para dar lição de moral. - Findou quando ouviu o feitiço, mas não teve tempo de se defender. Não tinha sido atingido, mas logo percebeu o motivo quando o ruído lhe atingiu os ouvidos, fazendo com que se defendesse instintivamente levando as mãos aos ouvidos na tentativa de não absorver toda aquela agonia causada por aquele ser barulhento. Seus olhos percorreram o recinto em direção ao Dolley, e recuou se afastando da porta. - Ora quanto barulho. - Sussurrou voltando sua atenção para Deko. Um auror mais velho que Lupin, reconhecido por sua competência e seus feitos, pouco se sabia sobre o mesmo, mas este pouco servia para demonstrar respeito mesmo agindo de ironias para tentar lhe atingir. Pois de fato Teddy sabia usar de sua língua para proferir palavras ácidas a quem quer que seja. Um ex-ministro mais novo que um auror, ele não sabia as habilidades do ministerial, mas o respeitava a ponto de não subestimá-lo, assim como não subestimava o desordeiro ao fundo da sala. O tempo já estava passando e o rapaz começava a ficar incomodado por ainda permanecer no Ministério, de acordo com suas contas, já teria partido há muito tempo. Porém, as coisas continuavam a esquentar, o que fez uma de suas sobrancelhas se arquear observando as três novas silhuetas que invadiam pela porta interrompendo a negociação que nem mesmo Lupin teria interrompido. Seus lábios se abriram discretamente num sorriso ao perceber que um dos aurores tentava defendê-lo de alguma forma atacando Deko. A sorte lhe sorria novamente. Gargalhou. - Rapaz, chegou em boa hora. Mostre-me o caminho mais rápido até a sala do Ministro, ainda tenho muito o que fazer e não tenho tempo a perder com estes rapazes no meio de uma discussão amorosa. Como um bom ex-subordinado peço a sua ajuda. Assim poderemos contactar o atual ministro para dar um jeito nesta situação. - Se direcionou ao novo Auror que adentrou a sala, seu tom era de ordenação, e usaria da “inocência” do bom rapaz para lhe fazer cumprir o planejado. - E desta vez, não ouse levantar sua varinha em minha direção. - Piscou para Deko voltando o seu caminho aos três plantados no portal de entrada.
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Seg Dez 30, 2013 6:26 pm
HELL FIRE
A terceira pessoa parecia tão ilustre quanto os outros dois que se confrontavam, agora, em negociação, mas para Jason um ex-ministro era tão tosco quanto o mais baixo dos aurores; a não ser que esse pudesse oferecer algo em troca. Por enquanto seu seek and destroy tinha o mesmo alvo de sempre. Segurava aquela esfera com um olhar um tanto quanto sério, atento ainda a todo e qualquer tipo de movimentação naquela sala que em pouco tempo estaria tão destruída quanto a Catedral. Seus olhos vidravam qualquer movimento que seu rival poderia fazer. - Eu não preciso dessa esfera asquerosa... - Disse, ainda com a respiração compassada, forçando um pouco os dedos das mãos ameaçando estourá-la a qualquer momento, embora visasse ganhar muito mais com a barganha do que simplesmente destruindo aquilo que aparentava ser o que Deko mais queria. Disse mas logo percebeu uma movimentação de mais alguns naquela sala, parecia que muitos queriam ver sua cabeça em um prato, mas infelizmente eles precisariam de muito mais pra terminar o trabalho que Henry havia "começado". Na verdade, Jason agora estava nada mais nada menos do que no cerne do Ministério da Magia e bastaria recuperar-se um pouco para poder arrancar dali tudo o que desejaria. Um feixe de luz varejou sua varinha para fora do alcance dos dedos asquerosos do auror, criando então uma esfera muito esquisita de jackpot entre os protagonistas da cena. Não hesitou e jogou aquele protótipo de esfera em direção a Teddy, mas erraria de propósito para que essa não fosse pega pelo ex-ministro e se estraçalhasse contra as paredes ou contra o chão. O plano parecia simples, mas havia um pouco mais de malícia: A esfera era falsa e quebraria facilmente, mas seria o suficiente para que o distraído Deko lhe cedesse mais alguns segundos para que recuperasse sua varinha em uma voraz investida em direção ao chão; o ponto mais malicioso: jogava em direção a Teddy para que Deko acreditasse realmente que estavam trabalhando em grupo. O pacto não era com a sorte, era com o diabo, conseguiram se atrapalhar ao ponto de deixar o interrogado, ninguém menos que Jason Dolley, desacorrentado e, agora, armado. Assim o fez. - Teddy! - Disse logo após ter jogado a esfera fazendo semblante de chamá-lo para compactuar (embora fosse all fake), arremessou-se em direção a sua varinha em um nervoso e violento impulso para recuperá-la e aponta-la para os outros que agora dialogavam e trocavam feitiços. - Estão todos demitidos! - Disse ao mesmo momento em que retirou de sua veste a esfera verdadeira, aquela que fora seu troféu, talvez mais significativo do que a morte do rival, objeto de admiração e orgulho por parte do loiro. Cerrou os dedos logo que retirou a esfera e essa brilhando e emitindo uma luz começou a trincar. Balançou rapidamente a varinha conjurando um escudo para garantir que não seria interrompido. A medida em que a esfera era absorvida o escudo tornava-se mais forte, causando um efeito de espécie de esfera de luz já que esta ficava presa na proteção conjurada. Os ferimentos começavam a sumir, as manchas escarlates também, a respiração voltava ao normal e Jason estava novamente em forma. Era realmente incrível a quantidade de magia que carregava aquela esfera. Um enorme flash tomou conta do local, abalando a visão de todos, inclusive sua própria. A medida que a luz abaixava podia-se escutar o barulho da esfera caindo no chão com seu vidro totalmente trincado e sem brilho (embora não tivesse se estraçalhado como esperava). Podia-se ver também a imagem de um Jason revigorado e com um sorriso diabólico no rosto envolto por um círculo de fogo no chão, fogo este que já havia utilizado para matar muita gente. O fogo maldito de Jason tornava-se uma espécie de marca registrada, não conheceu até hoje ninguém que o manipulasse tão bem quanto ele. - BOOM! - Gritou com um ar sarcástico e as chamas que o envolviam avançavam a uma incrível velocidade em todas as direções a fim de carbonizar aqueles que ficassem à mercê dessas trevas. As chamas eram constantes e não serviam apenas como ataque, mas também como auto-defesa, visto que envolviam o bruxo para que outros feitiços não chegassem a tocá-lo (a medida em que se chocariam) e forçando a todos a manterem um escudo armado para que não virassem cinzas como o auror na catedral. Aqueles que não tivessem o mesmo nível mágico não resistiriam por tanto tempo, mesmo sob os mais caprichosos 'protegos'. Para o bruxo o ideal seria matar a todos ali, mas não subestimaria todos naquela sala, pelo menos não a Deko e Teddy; no mínimo almejava tirá-los dali para que pudesse dar seus próximos passos em paz. A balança de poder, embora fosse muito cruel para com Jason, agora estava bem a seu favor, trazendo de volta uma satisfação infernal ao utilizar toda a sua magia para causar dor, sofrimento e morte. Estava pronto para o round 2.
Última edição por Jason Dolley em Ter Dez 31, 2013 12:33 pm, editado 1 vez(es)
Deko Càminn Aurores
Mensagens : 23 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 52 Localização : Desconhecida
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Seg Dez 30, 2013 11:35 pm
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ㅤㅤ A língua de Lupin era ácida, afiada e ousada. Aquela troca de farpas instigava uma vontade insana de respondê-lo de uma forma à altura, irônica, sádica: Quanta desonra? Desonra é ter um filho assassino e ainda querer defendê-lo! Mas aquilo seria realmente verdade, ou só a resposta de um uma mente um pouco desequilibrada pelo que estava acontecendo? A feição irritadiça de Deko se desfez olhando para o ex-ministro ao analisar que se respondesse daquela forma estaria mentindo, além de ofendê-lo e provocá-lo gratuitamente. Mas ele estava ao lado de Jason! Piscando e mantendo os olhos fechados por dois segundos ou três, Càminn concordou que era o loiro quem lhe afetava, mas, apesar de ainda não confiar em Ted, preferiu não respondê-lo. Não da forma que iria contra seus princípios devido à ira que sentia no momento. ㅤㅤ Só que Teddy também não auxiliava nem um pouco. A impudência da fala do ex-ministro para os três aurores — que, diga-se de passagem, eram extremamente imprudentes — lhe fez ter um nojo tão grande do caráter que ele demonstrou ter que, interiormente, desejou que Jason não tivesse gritado para que seu feitiço tivesse atingido Lupin. E por falar no loiro louco... ㅤㅤ Jason Dolley e a esfera dos Càminn. ㅤㅤ Os olhos do auror voltaram-se para Jason e o artefato da família francesa. A respiração de Deko parecia ter parado e o mundo inteiro tinha entrado num silêncio absurdo e, ali, naquela sala, só existiam Dolley e Càminn, ninguém mais... e a esfera. A importância daquela esfera ia além de quesitos pessoais — apesar destes serem ainda os mais importantes —, mas grande parte da ânsia do francês em obtê-la era que, assim, poderia dar cabo da localização do par daquela esfera. ㅤㅤ Num passado, nos tempos de Durmstrang, Deko presenteara com o outro par o diretor Gilderoy Lockhart, com quem teve um ótimo relacionamento e em quem ele se inspirava: a esfera fora usada uma vez para que a Armada de Durmstrang atendesse ao chamado do diretor e o auxiliassem contra os Comensais da Morte mandados por Voldemort. Ora, depois disso, Gilderoy manteve a esfera para si e, apesar de nunca mais ter sido preciso utilizá-la, Deko mantinha um contato com o ilustre diretor. O fato é que com o desaparecimento de Gilderoy do mundo bruxo — ou afastamento proposital, o auror não sabia —, Càminn não obtivera mais informações sobre os Lockharts — nem pela esfera, nem depois de entrar em seu exílio. E por falar na entrada do exílio, dado este evento, que fora quando Jason tomara a segunda esfera, as notícias e paradeiro dos Lockharts eram peremptoriamente desconhecidas. ㅤㅤ Jason não podia estar fazendo aquilo — e não junto com Ted! Miseráveis, estavam trabalhando juntos. Ao ver a bola lançada ao ar na direção do ex-ministro, Deko esqueceu de Jason, dos aurores e da varinha perdida do loiro: enfiou sua varinha no bolso e saiu numa corrida pela sala atrás da sua esfera. Em câmera lenta, seus passos longos passavam por cima do estrago que o urro de Jason fizera momentos antes e, pisando em uma mobília decorativa de uns cinqüenta centímetros de altura, tomou impulso para um salto,para cima de Ted. Era mais do que óbvio que Deko não via nada mais que a sua esfera e, portanto, parecia nada mais, nada menos que um apanhador atrás do pomo-de-ouro num jogo de Quadribol. Até aqueles aurores patetas perceberiam que o que o auror buscava era a integridade de seu artefato. ㅤㅤ Sua mão então, no ar, alcançou a esfera e fora por muito pouco que a mesma não escapara pelos seus dedos. Passara, durante a queda, pelo lado de Ted e caíra de modo desequilibrado, porém sobre os pés: seus calcanhares doeram um pouco pelo impacto, mas a maior dor ainda estava por vir. ㅤㅤ Ao olhar para sua mão, para sua querida esfera, percebeu uma coisa terrível, de modo a arregalar seus olhos e soltar um gemido de algum sentimento inexplicável: uma mistura de agonia e desespero. ㅤ — Essa... não é minha esfera... — Fechando os olhos e colocando as duas mãos em volta daquele vidro sem magia, quebrou aquela esfera entre suas palmas numa pressão aparentemente intensa demais para o seu porte físico. Seus olhos estavam fechados e sua expressão era de completa devastação. O vidro feriu-lhe as mãos e sangue pôde ser notado escorrendo entre seus dedos. Deko deixou os restos caírem ao chão e, ainda de costas para Jason e próximo a Ted e aos aurores, tencionou todos os músculos de seu corpo, dando um ganido de puro ódio. Abriu os olhos e virou, para algo ainda mais devastador: a verdadeira esfera estava em posse do loiro. ㅤㅤ Era por isso que ele sentia a magia do artefato. Ele estava ali, mas Jason, de alguma maneira sobrenatural, forjou aquele pedaço de vidro idêntico à sua esfera. Algum tipo de magia que o francês não quis pensar no momento qual era... ㅤㅤ Não importava mais que Jason estava com a varinha, aquilo não era o maior dos problemas. Jason estava, naquele momento, destruindo a esfera, trincando-a e consumindo sua magia de alguma maneira. Sentia, daquela distância, o poder mágico do seu artefato se esvaindo. E um clarão, devido aquela feitiçaria, quase cegou Deko, que fora obrigado a fechar as pálpebras mais uma vez. Quando, então, ouviu o baque da esfera cair ao chão, abriu novamente os olhos. Aquele som ecoou na mente de Càminn, que suspirou uma vez de modo profundo, o que fez suas narinas inflarem; seu maxilar estava tão tensionado que, se um osso estivesse entre seus dentes, estaria estraçalhado. E o baque seco da esfera no chão ainda ecoava... Deko colocou lentamente, sem emitir som algum, a mão ensanguentada no bolso onde guardara a varinha e a retirou em slow motion. O baque ainda era ouvido dentro de sua mente. Aquilo só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo. Talvez tivesse cochilado lendo os arquivos sobre Savage, mas a dor lacerante das suas mãos lhe diziam o contrário: eles estava bem acordado.
ㅤㅤ Jason estava do outro lado da sala, revigorado. ㅤㅤ O baque ainda continuava a ecoar. ㅤㅤ O círculo de fogo ao entorno de Jason era sua marca característica, assim como aqueles malditos instrumentos musicais de uma dada época. Que tipo de empresa mudava tanto sua logomarca? Mas empresa de Dolley não precisava de clientes, uma vez que os mesmo morriam e não era necessária outra prestação de serviço. Deko não era um cliente, jamais seria. ㅤㅤ O fogo cresceu e, numa velocidade incrível, avançou contra Deko e contra os outros bruxos que estavam ao seu lado. Com um giro da varinha, uma película consistente protegeu o corpo do auror e, à medida que o fogo tentava lhe queimar sem êxito, o calor dentro da bolha aumentava exponencialmente. Mas o que Deko sentia ainda não tinha sido expresso, nem mesmo pela sua face, que mantinha o mesmo semblante quando descobrira a farsa da bola de cristal. E a cada vez que o escudo parecia querer falhar, o baque incessante que torturava a mente do francês o fazia com que o mesmo se revitalizasse. ㅤㅤ Deko então forçou um passo à frente, enquanto seus olhos focavam o centro daquele redemoinho de chamas. E então avançou, com aquela mesma expressão, e com os cabelos finos e castanhos já encharcados de suor, grudados na testa. Ali estava, Jason Dolley, desfrutando mais uma vez da sua magia louca. E, mais afastada, a esfera jazia trincada. ㅤㅤ Então o baque cessou. ㅤㅤ Em um segundo, Deko em meio às chamas desmaterializou-se num vórtex negro, sua já conhecida aparatação. E, nesta penumbra, deslocou-se para dentro do círculo infernal, dando um giro pela circunferência de modo a passar pela esfera quebrantada. Quando a nuvem enegrecida passou pelo artefato, o mesmo continuou o percurso da nuvem. Desmaterializando-se numa das extremidade do círculo — que se expandiam —, Deko encarou Jason com um escárnio demoníaco.
ㅤㅤ Baixou o olhar para a esfera em suas mãos ensangüentadas. Fechou a mão em torno dela e juntamente fechou os olhos, desfrutando de uma dor ao pensar que falhara em manter o objeto de sua família intacto. O coração, neste segundo, pulsava como um tambor, em estrondos demasiados fortes que pareciam tentar estraçalhar o tórax do auror. Seu coração parecia pesar toneladas, talvez se tornara do material mais denso já imaginável. O nó em sua garganta parecia impossível de se desfazer e os cílios, chamuscados, continham a umidade das lágrimas que floresciam nos cantos dos olhos fechados de Càminn. ㅤㅤ Jason, aquele maldito. ㅤㅤ Os lábios de Deko se contorceram e um rosnado de raiva pôde ser ouvido. Os olhos castanhos já molhados se abriram e uma integral raiva fez com que Deko já não mais se importasse com as conseqüências do que estaria pra acontecer. Se iria morrer, ser preso, condenado, nada mais importava... nenhuma memória lhe iria conter de fazer o que ele mais desejava. ㅤㅤ Ah, e Deko desejava aquilo... ㅤㅤ — AVADA KEDAVRA! ㅤㅤ E de sua varinha a serpente da morte deu o bote para o centro daquele inferno. Silêncio. Nada mais importava, aquilo era por uma vida inteira. Não teria decreto que lhe impedisse de conjurar aquilo, não sob aquelas circunstâncias. Ele pediu, ele mereceu. Jason precisaria agora da empatia até mesmo do Diabo para desviar daquela maldição. E o pior é que isso não era algo impossível. ㅤㅤ No mesmo segundo, a imagem de Deko desvaneceu no mesmo espectro negro, desaparatando do interior do círculo. O calor era intenso demais e, debilitado devido a intensidade daquele feitiço recém lançado, a proteção contra aquele fogo não foi suficiente para levar o auror embora em segurança. Seu corpo, ao passar pela chama maldita materializou-se em pleno ar e, desacordado, foi lançado para o corredor, permanecendo inconsciente, com as vestes fervendo, a pele vermelha e suada. ㅤㅤ Suas mãos ensangüentadas ainda seguravam a bola de cristal de sua família contra o peito...
Admin Admin
Mensagens : 172 Data de inscrição : 03/09/2013
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Jan 03, 2014 9:36 am
Narração
Ed, Bob e Tim - Os Aurores do Ministério
O ato insensato de Tim revelou-se ao mesmo tempo útil e inútil. Ponto positivo: conseguiu atrair a atenção do ministro para si. Ponto negativo: havia atacado a varinha errada.
Como pôde ser tão burro?
Acanhado, pôs-se a analisar melhor a situação. Olhou para trás e viu que, consigo, carregava dois aurores extremamente assustados: Jason Dolley, simplesmente um dos maiores arruaceiros (e isso para pegar leve) da história do ministério, estava ali; isso já seria o bastante para matar alguém de medo, mas o pior ainda estava por vir.
Deko Càminn, aquele que era chamado de Auror Renegado, também estava ali. E o pior: praticamente fora de si, pois os estava atacando.
EVERTE STATUM!, e Ed voou pelo ar. O auror foi atingido pelo feitiço no centro do peito e, devido sua má forma - tanto física quanto mágica -, caiu desacordado. Para o azar de Bob, o pesado corpo do auror caiu sobre sua perna, onde fraturou-a.
- - AHhhhh! AAAAhhh!!! MEU OSSO! MEU OSSO QUEBROU!!! TIM, ME AJUDE!!!!! AHHHHhhhh! - - Uma fratura exposta horrível, onde a tíbia estava aparecendo, mostrava-se na perna esquerda do auror.
Bob tentava, inutilmente, fechar seu ferimento com feitiços mágicos proferidos à torto e à direito. Seu desespero era macabro. Desde os tempos de estudante, tinha medo de se machucar. Como para colocar-se a prova, ingressou como auror; achava que teria mais desafios e, com eles, mais chances de sair curado de tudo que o assombrava desde pequeno.
Lêdo engano.
Em pânico, olhou para Tim em busca de ajuda daquele que sempre reconheceu como seu líder e viu que ele tremia como vara verde. Talvez este também estava enfrentando seus próprios fantasmas. Sim, era isso.
Tim sempre sonhou em ser reconhecido como um bruxo acima da média, mas sempre foi nada além do que mediano. Até o feitiço proferido por ele há pouco tempo atrás errou seu alvo: mirava o centro da cabeça de Jason. Em seus tempos de escola, quando adentrou o clube de duelos, fora humilhado por um aluno dois anos mais novos que, contra Tim, derrotou-o utilizando somente feitiços incorretos; estupurou sua varinha e fez do expelliarmus sua arma nocauteante. Deu certo: Tim fora humilhado, como quase sempre em sua vida.
Ajudar seus amigos? Não, eles que fiquem entregues no colo da sorte. Tim precisava ser mais do que queria, e seria agora.
Sequer ouviu as palavras de Teddy. Seus olhos estavam vidrados de medo, pavor e excitação. Em toda a sua vida, nunca encarou a morte - ou o inferno - tão perto...
Maldito pensamento.
Quando pensava que nada podia piorar, o demônio em pessoa parecia ter manifestado no corpo de Dolley. E para piorar (se é que isto era possível), ele trouxe as chamas do inferno consigo.
Enquanto as chamas demoniacas tomavam conta do lugar, Tim pôde observar, para seu total desespero, o corpo inerte de Ed ser consumido por elas. Talvez elas estivessem vivas e estivessem com fome. Talvez fosse o próprio demônio cobrando seu preço. O céu decerto não existia. Deus? O que é isso? Tudo que o pobre Tim vislumbrava estava além de qualquer pensamento racional.
Ed, que por tanto tempo compartilhou consigo de momentos bons, divertidos e até mesmo chatos, estava queimando vivo.
As chamas, parecendo vivas, primeiro alcançaram sua perna e, literalmente rastejando, investiram contra seu corpo. Tim pôde ver o corpo do amigo estremecer enquanto era devorado pelas chamas e era queimado vivo.
- AQUAMENTI!!! AQUAMENTI!!!!! AAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!! AQUAMENTI!!!!!!!!!! AQUA ERUCTUS!!!!!! - Em total desespero, Bob conjurava descontroladamente diversos feitiços aquáticos sobre o corpo de Ed. Não importa tudo que aconteceu entre eles, ver seu corpo ser dilacerado pelas chamas infernais era algo demais para qualquer um. Menos para Dolley.
- SEU MONSTRO! DEMÔNIO! AAAAAAAAAAHHH!!! - Insaciáveis, as chamas saltaram para sua perna quebrada. O cheiro da carne sendo queimada era inebriante. Sua própria carne. A dor era tão intensa que ele não a sentia; o ódio era maior.
O corpo de Ed era algo disforme em chamas. O poder do fogo era tão intenso, sabia Bob, que até o esqueleto do amigo seria devorado. Não percebeu que seu corpo também estava sendo incendiado até o momento em que seu tronco fora atingido. Começou a se debater de maneira débil. Sabia que a morte estava perto. Via a pele soltar da carne e ir de encontro ao chão. O local inteiro queimava. Ele inteiro já queimava.
Em um último suspiro, gritou, antes das chamas queimarem seu corpo, agora por dentro.
- MORRA, SUA FERA!!! SECTUMSEMPRA!!! - Sem direção, executou o feitiço das trevas que praticara secretamente e que, pensava ele, seria sua arma secreta.
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Tim não podia acreditar em seus olhos. Viu, sem se mover, seus dois companheiros serem devorados pelas chamas do demônio. Chorava de medo. Tremia de medo. Sentia seus músculos terem espasmos de medo. Suave de medo.
De tanto medo, não conseguia se mover.
Mas viu o auror Deko, aquele que ele atacara em sua ganância cega por uma egoísta promoção (que agora soava tão idiota), ter seu semblante transformado em uma expressão doentia. Toda a ação do Renegado pareceu demorar três segundos.
Avada Kedavra.
No quarto segundo, Tim soube o que tinha que fazer.
O mais depressa que pôde, correu para o corpo do companheiro caído. Deixou para trás as formas em chamas de Ed e Bob - este que ainda tremia - e, não mais tremendo, conjurou depressa o feitiço enervante sobre o auror Renegado. Viu o mesmo piscar os olhos, recobrando um décimo da consciência.
- OLHE! NUNCA ESQUEÇA O QUE FIZEMOS POR VOCÊ! MATE O DEMÔNIO!!! WINGARDIUM LEVIOSA!!!! - Tim lançou tresloucadamente sobre Deko, após despertar o mesmo, um simples feitiço que o fez levitar. Com um movimento forte de sua varinha, fez o corpo do Renegado voar para longe daquelas chamas.
Pensando ter livrado Deko do pior, virou para trás e olhou para o cerne do caos. Não viu Teddy; sabia que este era esperto demais para permanecer naquele local. Com cada vez mais certeza do fim, correu para dentro das chamas de encontro ao demônio.
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Mesmo com o corpo inteiro pegando fogo, Tim não sentia nada, apenas raiva. Não tinha medo da morte; desejava ela. Traria fim a dor. Traria fim ao demônio. Já não podia ver; seus olhos foram queimados.
- MESMO QUE ELA NÃO VENHA PELAS MINHAS MÃOS, DEMÔNIO, VOCÊ JAMAIS ESCAPARÁ DA JUSTIÇA. BOMBARDA!!! BOMBARDA!!!! BOMBARDA!!!!! BOMBARDA MÁXIMA!!!!!!!!
Disparou bombardas para todos os lados. Alguma delas havia de acertar o corpo do demônio. A última, lançou para o alto. Não daria o prazer de morrer pela maldição do maldito; soterraria a si mesmo entre os escombros da sala onde testemunhou, muitas vezes, justiça ser feita.
Com os pedaços da estrutura cedendo aos eu redor, Tim caiu para a morte.
Teddy Lupin Feiticeiros Distintos
Mensagens : 10 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 54
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Jan 03, 2014 6:35 pm
Teddy Lupin
Eu confesso que estou sempre com medo, sempre envergonhado do que está dentro de mim.
Por um segundo iria tomar as devidas atitudes para acabar logo com aquela palhaçada, mas não teve tempo para tal. A marca, a devida marca começou a esquentar em seu braço direito, o braço falso que fora concedido por Dougie Okres quando Alexa Santorelli o havia decepado. A marca, assim como as cicatrizes da junção da carne falsa ao corpo começava a arder e fazer com que Ted perdesse parte dos sentidos, a causa este já sabia, não tinha nada a ver com o que Dolley tinha aprontado, afinal tudo o que sentira daquele ruído fora pouco sangue percorrer de seu ouvido atordoando seus sentidos. Algo que logo passaria se não fosse por causa do momento indesejado. - Maldito Okres. - Sussurrou inclinando o corpo e abaixando a cabeça, sua visão havia se tornado turva e tudo o que poderia ouvir abafado mais ao fundo, era a movimentação. Algo parecia acontecer e não estava a favor do auror mais velho. Lupin se ajoelhou tateando o chão e se apoiando para não cair e perder sua varinha. As coisas estavam se esquentando literalmente e logo seja lá o que estivesse acontecendo, poderia lhe atingir, sendo assim se concentrou na dor fechando os olhos e fazendo com que seus sentidos aos poucos voltassem ao normal. A única vantagem de ter uma besta dentro de si é que poderia usá-la ao seu favor quando precisasse, e desta vez não perderia seus sentidos e seria entregue a esmo fazendo alguma vítima dentro do Ministério. Por sorte não era lua cheia e tampouco se transformaria, porém quando seus olhos se abriram, estes possuíam outra coloração, era de um mel mais intenso e profundo, parecia enxergar até mesmo dentro da escuridão se assim fosse preciso. Sua visão, assim como os demais sentidos estavam todos apurados e sua cabeça ainda balançava predisposto a perder a consciência a qualquer minuto se continuasse forçando de forma exagerada. Talvez por isso sua audição ainda continuava abafada e afetada. Teddy se levantou com dificuldade ainda de costas para Dolley, tudo o que conseguiu avistar de imediato foi Deko caindo em direção a entrada, e dois aurores já sendo consumidos pelas chamas. Gritaria, era tudo o que conseguia discernir em meio aquele turbilhão. Suas pernas tremeram forçando jogar o corpo para o lado em direção a porta, mas ainda se mantinha atordoado e não conseguiu sequer impedir as ações do pobre auror que se jogou adentro das chamas malditas proferindo uma saraiva de feitiços contra seu conjurador que agora provavelmente estaria imune a qualquer ataque. - Tolo! - Praguejou para tamanha irresponsabilidade. Ao fundo conseguiu ver a lareira de flu ser destruída por um dos feitiços, era impossível aparatar naquela área do Ministério, nem mesmo se ainda fosse Ministro, burlar os feitiços de proteção demoraria tempo suficiente para ser pego por alguma daquelas criaturas demoníacas. Lupin avançou mais um passo e firmou ambos os pés no chão, erguendo a varinha conjurando uma bolha que se expandiu defendendo seu corpo de ser atingido por duas chamas mais próximas. Estas se chocaram contra o escudo e se desfizeram sendo afastadas onde logo voltariam a forma original, o baque fizera com que o corpo do ex-ministro quase pendesse para trás, o mesmo se esforçando lançou outro feitiço escudo afastando ainda mais as chamas, por hora seria o suficiente para que se afastasse em direção a porta. Porém se não fizesse algo, logo ele seria atingido, assim como Deko também. - Porra Dolley! - Xingou ao ver as chamas se afastando e logo voltando a se juntar. Neste exato momento ouviu um estampido, e o auror que corria em direção ao desordeiro havia lançado algo contra o teto que fizera parte do mesmo ruir, o que não era o suficiente para ver a saída. Era tudo muito concreto o que lhe fizera ter uma ideia. - Coercere Magica! - Um floreio fora lançado ao chão, o qual as estruturas começaram a tremer e parte desta se levantou a frente do bruxo formando uma pequena parede onde o fogo maldito atingiu se desfazendo e destruindo apenas uma pequena parte de onde fora enfeitiçado. Feito isso, um novo floreio fora feito e das paredes e de parte do chão o concreto começou a se unir formando uma nova estrutura. A esta altura o fogo maldito que fora afastado por causa de seu ultimo feitiço escudo se juntava e focava a sua atenção em consumir o restante do auror que tinha se lançado contra Jason. O que deu tempo para Lupin se concentrar terminando de forjar a nova estrutura da sala, que estava toda remodelada e destruída. Dolley havia sido trancado dentro de uma parte do recinto e teria de recuar com seu feitiço se quisesse sobreviver e não ser consumido pelo mesmo, Teddy sabia que o conjurador teria controle absoluto das chamas malditas, mas estas fechadas numa pequena parte era um risco grande a não se correr para acabar morrendo. Sendo assim, o ex-ministro recuou vacilando com as pernas e se ajoelhando quando um novo clarão tomou conta da sala. Uma nova silhueta acompanhada de um quadrúpede começava a se fazer presente o que trazia à tona sua preocupação. Estaria ele ali para lhe ajudar ou capturar? Lupin se levantou se apoiando em um dos destroços e seguiu até onde Deko se encontrava. - Deko! - Gritou se aproximando, suas mãos alcançaram o casaco do mesmo, cravando os dedos no tecido e juntando forças erguendo o corpo do mesmo contra a parede. - Hora de levantar e parar de fraquejar! - Disse batendo as costas do mesmo contra a parede e soltando para que este caísse sentado. A esta altura seus olhos pareciam brilhar, o esforço que tinha feito fizera com que as veias saltassem como se fosse tomado pelo sangue vivo. Sua visão estava aguçada, mas a audição ainda parecia não voltar ao normal.
Dougie Okres Feiticeiros Distintos
Mensagens : 2 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 54 Localização : Nordkap
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Dom Jan 05, 2014 12:07 pm
Nenhum estrondo se fez presente como que para ornamentar os diversos já existentes naquele ambiente em constante destruição, se quer houve um lampejo luminoso que comumente jazia acompanhado dos bruxos em suas espetaculares aparatações, pelo contrário, o clarão acinzentado era tanto quanto trêmulo e singelo, possivelmente passaria desapercebido pelos menos atentos. Não haviam fumaças enegrecidas em sua companhia a não ser por aquela que abandonava os cômodos em combustão devido à maldição lançada naquele lugar. Nada semelhante às costumeiras técnicas de aparatação fora exibido como prévia para a presença do alquimista e certo de que sua arte não se encontrava na lista de encantamentos vetados pela guarda do Ministério, não houve dificuldades para que em poucos segundos se encontrasse entremeio à catástrofe que se desenrolava por ali. Sua silhueta não fora a única a assumir presença em meio aos escombros, estava sendo escoltado por um lobo de porte comum, dotado por pelos estupidamente alvos que mais se assemelhavam a uma planície nórdica durante a gélida e rigorosa estação de inverno. Ambos se permitiam serem identificados com semblantes sóbrios e indecifráveis, como se a capacidade de transcrever seus estados de espírito em suas faces lhe tivesse sido negada. O Okres em contrapartida à normalidade de estatura do lobo era demasiadamente alto, nada que lhe aderissem à suposição de antecedentes gigantes, mas um marca que lhe obrigasse a assumir seu sangue nórdico, descendente do extremo norte europeu. Se o olhar do homem permaneceu estático em contemplação ao encantamento que remodelava aqueles escombros e dava uma nova abordagem ao conjurador daquelas chamas que insistiam em consumir tudo o que viam pela frente, o animal se permitiu identificar o ambiente como um todo e seus orbes - que semelhantes aos do Okres eram de um azul quase que translúcido - percorreram em sentido panorâmico aquele ambiente. Não tardou para que este - o quadrúpede - identificasse duas silhuetas conhecidas e como se este e se dono possuíssem qualquer laço psíquico que dispensasse a comunicação oral entre ambas as partes, naquele momento o nórdico também redirecionou o seu olhar. Não teve quaisquer problemas para identificar ambos e ainda que não estivesse mais certo de suas feições devido o passar dos tempos, tinha a plena certeza de que estava diante de Càminn, o diretor de Hodiecog em seu período disciplinar, instrutor e alvo da admiração do Okres. Ao seu lado estava aquele que o era responsável pela intercessão do Okres. Finalmente estava diante do Lupin - não que houvesse algum empecilho para localizar o mesmo - e assim como qualquer narcisista se permitiria, o nórdico admirou por alguns instantes uma de suas mais belas e formidáveis obras: O Braço Transmutado de Teddy Lupin, que mais do que ao seu usuário, era imensamente favorável ao loiro. Muitos foram os nomes atribuídos para aquela técnica conhecida por poucos, em especial pelos alquimistas, mas dentre todas as facetas e nomenclaturas que pudessem ser destinadas à mesma o Okres preferia peculiarmente definir a mesma como “A Rede de Magia”. Seu princípio não era desconhecido por muitos, mas a sua gama de aplicação era destinada apenas aos mais estudiosos e devotos das técnicas ancestrais da Magia e da Alquimia. Assim como o era com o Armário Sumidouro, Chaves de Portais e até mesmo com peculiaridades de menor importância como o Espelho de Dois Sentidos, a conexão existente entre as duas extremidades era lacrada pela própria magia e não por conjurações. Era um trabalho árduo realizá-la, mas em seu êxito os benefícios eram imensuráveis. Não haviam bloqueios mágicos que a interditassem, uma vez que nenhuma conjuração provinda de um condão seria suficientemente forte para desfazer um laço mágico, era tão indestrutível quanto um Voto Perpétuo. Fora com árduos estudos desta rede mágica que no passado se estabeleceu a Rede Flu, ainda que esta fosse destinada a qualquer bruxo ciente de sua utilização. Vários foram os objetos que se seguiram sendo criados nesta mesma linha de pesquisa, cômodas com passagens diretas para ambientes onde até mesmo a aparatação era vetada, formas de comunicação que burlavam o bloqueio do Ministério e permitia o tráfego da magia entre ambas as extremidades. Assim o era o selo de transmutação cravado no braço do Lupin, uma porta, uma válvula de escape e forma de burlar qualquer bloqueio mágico a fim de permitir a comunicação entre ambos. Naquele momento, não houve a aproximação do Okres quanto aos dois bruxos que se encontravam afastados na outra extremidade do cômodo, ele deu preferência à posse de seu condão e ciente de que o ambiente ainda estavam desabando em algumas regiões sua mira foi destinada aos fragmentos que tinham como alvo certo os dois sobreviventes ou até mesmo o próprio nórdico. Feitiços de transfiguração era destinados aos rochedos através do seu condão e quando os feixes azulados encontravam seus alvos estes se transfiguravam em bandos numerosos de aves rochosas de pequeno porte. - Avifors! Avifors! AVIFORS! - Conjurava constantemente tendo em mira as rochas desprendidas. Aos poucos estas criaturas aladas foram formando aglomerados em distintas posições, as vezes estabelecendo conexões entre o solo e o que ainda restava do teto, outrora em paredões barulhentos que acompanhavam o sentido das paredes ainda existentes e até mesmo em pequenas porções de piso e teto daquele cômodo. Por fim as aves foram se amontoando umas nas outras e naquele ambiente foram surgindo novas pilastras, paredes e pisos, todos aderindo estabilidade a todo o cômodo. O feitiço de Teddy parecia estar em seu término e o Okres vislumbrou as últimas chamas serem enclausuradas junto ao seu conjurador em uma câmara distinta daquele que agora se encontravam. - Lupin! Teddy LUPIN! - Dissera tanto quanto alto, permitindo que o som rasgasse a gargante e o seu tom rouco fosse ainda mais evidenciado. - Me escute Lupin! - Mas novamente o seu chamado pareceu inútil, o moreno evidenciava sinais de que sua audição não estava na melhor das condições. Não houve um demasiado intervalo de tempo até que o nórdico vencesse a distância entre o mesmo, Càminn e Lupin e logo fosse capaz de se comunicar em melhores condições com ambos. Seu olhar vacilava entre Deko e Teddy, como se buscasse a atenção de ambos, por fim, cessou no velho amigo e manteve o contato visual com o mesmo. - Escute, Teddy! Eu preciso que me deixe a par do que está acontecendo. Vamos lá, você aprendeu isso no passado. Por favor, desfaça sua oclumência e me permita ler um pouco da sua mente. - Esperava a compreensão do Lupin, se não esta, pelo menos que honrasse os favores prestados a ele no passado, por isso mesmo mirou seu condão contra a face dele e aguardou a brecha para que pudesse intervir.
Última edição por Dougie Okres em Qua Jan 08, 2014 9:10 am, editado 1 vez(es)
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Qua Jan 08, 2014 12:31 am
“Hate is a bottomless cup; I will pour and pour”― Euripides, Medea
Era mais uma questão de honra do que qualquer coisa, mas o impulso era dado na verdade pelo orgulho, hastes do ego e sustentação do homem; pelo menos daquele homem, ou do que havia sobrado. Mas e se o motor daquelas chamas não fosse movido apenas pelo orgulho, mas sim pelo ódio?! As chamas não deveriam ser negras?! Ódio e raiva, sentimentos que agora pareciam imperar naquela sala. O primeiro era engrandecedor ao mesmo passo em que adoecia, era nobre e elegante, bem cultivado, a cereja dos sentimentos negativos, tornava o coração de um homem negro e quando o fazia este não mais perecia de sua carga pesada, mas fazia dela seu arsenal. Já a raiva... A raiva era barulhenta, humilhante e sem razão. A raiva era reflexo de descontrole e trazia consigo uma falsa sensação de poder que vinha absolutamente de dentro, a necessidade de provar a si mesmo que o seu fracasso tinha mais de um culpado embora o verdadeiro fracassado fosse o próprio raivoso. Totalmente deselegante, não é por acaso que cachorros contaminavam-se com esta doença. Doentio, alguns sábios diriam que não se deve lutar com raiva. O fogo imperava sobre o local, vorazmente destruía tudo em seu caminho; de resultado imediato aquilo transmitia um enorme prazer a Jason. Quase que de maneira insana, ver que a destruição fora arquitetada por suas próprias mãos era magnífico. Mas claro, não esperava que fosse tão fácil acabar com a festa em um piscar de olhos, aliás, diferentemente de seu combate na catedral, o duelo agora era travado não só contra um oponente, mas contra cinco. Eis que surge em cena o segundo personagem, o rival, oponente principal não só daquele combate, mas de uma vida inteira, combate o qual Jason acreditou por tempos ter vencido. Em meio a fumaças materializava-se, lá estava ele. - Deko, mas que ousadia. - Talvez tivesse deixado espaço demais em torno de si livre das chamas, não esperava que Deko fosse capaz de atravessar o fogo e sair vivo e muito menos esperava que, a brecha entre ele e seu círculo de fogo soasse como um convite. Frente à frente encaravam-se finalmente, de pé, varinha em mãos e, até então, sob as mesmas condições. Poderiam começar a resolver pendências de uma vez por todas, quiçá sobraria algo do ministério para relatar a história. Os olhos de Jason refletiam não apenas as chamas e o rival, mas emanavam ódio, ódio do mais puro e concentrado, treva que nunca antes sentira. A sensação de câmera lenta era recíproca, cada movimento seria fatal. Sem desviar olhares movimentações começavam de ambas as partes e as varinhas ocupavam o papel de pistolas do far west. Em um estalo foram quase como espelhos, embora Deko, por ser mais rápido, tenha ganhado alguns milésimos de segundo de vantagem. O feixe de luz verde esmeralda foi com tudo em direção ao peito de Jason, mas antes que o acertasse fora parado por um escudo invisível que desfazia a maldição a medida em que Jason o mantinha. Nunca viu a morte tão de perto, mas especificamente esteve a 20 centímetros dela. Movimento a varinha para baixo de forma a fazer com que 'o remanescente' do feitiço fosse ricocheteado contra o chão e antes que pudesse puxar o contra-ataque notou seu oponente em meio às mesmas fumaças negras desaparecendo dali, pelo visto, fugindo de novo. Soltou uma gargalhada de desprezo e deboche. O tom aumentou levemente quando pôde ouvir os gritos e sentir o cheiro de carne queimando. - Vermes! - Estava no topo do mundo, para ele ainda tudo sob controle. Não precisaria de muito pra provar pela segunda vez quem era o melhor dentre os dois bruxos.
“He who climbs upon the highest mountains laughs at all tragedies, real or imaginary.” ― Friedrich Nietzsche
Os urros que anunciavam a morte e sofrimento das vítimas foram interrompidos por uma série de declarações, gritos e ofensas insignificantes. Viu passar por entre as chamas alguns pequenos feitiços, ou protótipos do que eles deveriam ser se não fossem barrados pelo fogo. Aliás, até mesmo o fogo maldito gargalhava. Despercebido fora atingido por um deles, o que deveria ser um sectusempra. Mudou levemente o semblante como se tivesse levado um susto e notou um leve corte em seu braço. Pelo visto aurores não haviam escuto o conselho referente a lutar com raiva. Se não estivesse dominado pela raiva saberia com quem se defrontava e ainda mais, saberia que dificilmente as labaredas do intenso fogo maldito deixariam algo atingir seu conjurador; pelo menos não da maneira à qual foram conjuradas. Antes de um rápido contra-ataque ouviu não somente mais um grito de dar, mas um estouro. De reflexo ergueu a varinha imediatamente conjurando mais um escudo que o envolvesse. Os escombros do teto caiam contra o escudo e estraçalhavam-se mais ainda como se estivessem se chocando contra uma superfície sólida ainda mais rígida do que o teto destroçado. Último pedregulho caído, o escudo desfez. Teria trégua dessa sessão de feitiços? Não. Pôde observar, ainda en garde, uma fumaceira fora do comum, assim como um calor fora do normal, que não estavam piores graças ao imbecil que lhe abrira uma brecha no teto que fazia circular um pouco mais os resíduos do fogo. Alguém do outro lado pelo visto tentou enclausurá-lo ali e não pôde ouvir e perceber a conjuração de imediato por conta do barulho dos destroços que chocavam-se contra sua feitiçaria de protetora. 'Ini, mini, miny, mo!" E só poderia ser Deko tentando ganhar tempo para fugir se não tivesse ainda sido carbonizado como os outros. - Que deselegância, Deko! Fugindo?! - Proferiu as venenosas palavras, estalou o pescoço e apontou sua varinha para frente. As chamas que o envolviam pareciam ir em direção a parede recém-erguida. Diferente de como fora rotulado por séculos o fogo, não precisa ser necessariamente explosivo. Mais uma vez a diferença entre o ódio e raiva, eis o fogo cautelosamente manipulado pelo ódio, assim como quando é manipulado com amor e dedicação para forjar os mais belos objetos, pode destruir muitos outros de maneira tão singela quanto lapidação. O fogo maldito que que gargalhava a medida em que destruía parecia agora cochichar, entranhando-se na parede de pedra, lotando-a de riscos vermelhos de brasa. Entrava na pedra, corroendo e derretendo. A brase podia ser vista de ambos os lados e o fogo que sufocaria o próprio conjurador deixava a cena, pelo menos para unir-se à rocha e destruí-la. Fez mais um movimento com a varinha e aquela parede de pedra se desfez, deixando no chão os destroços ainda queimando em brasa. - E ainda tem gente que chama este fogo de maldito. - Brincou e logo fez uma careta sarcástica enquanto observada, ainda atento, aquilo que encontraria por de trás daquela parede. Fumaça baixou e alguns passarinhos, ou o que pelo menos pareciam ser, avançavam, não de forma agressiva, mas de forma a reconstruir aquele cenário de destruição. Não reconhecia muito bem ainda o segundo homem, embora esse não lhe fosse estranho. Observou por alguns poucos segundos a aproximação destes enquanto aproximou-se ainda com a varinha em mãos, mas não muito. Gesticulou com o condão, 1, 2 e 3. Os feitiços foram em direção ao corredor, mas não para onde estavam os três bruxos, seu alvo por instante era o ministério, aliás, deveriam ser punidos por tamanha ousadia. Os feitiços atravessaram o corredor de forma a não afetarem a sala, não por agora. O primeiro conjurava uma serpente /serpentsórtia/, o segundo tornava-a gigante, praticamente um basilisco /engorgio/, o terceiro incendiaria o ministério de uma vez por todas, encore uma dose do incontrolável e vivo fogo maldito, que também deixaria a serpente furiosa e faria com que esta avançasse destruindo tudo e atacando a todos que visse ministério à fora. - Problemas com o ministério, acho que temos todos. - Disse a medida em que os outros dois bruxos virariam para si, pelo visto estes também não estavam muito bem com suas relações públicas, aliás, infiltravam-se ali e isso lhe causava interesse. Movimentou a varinha e uma parede de fogo (sim, tão cruel e inapagável quanto o outro) surgiria para que impedisse a fuga de qualquer um que ali estivesse. - Precaução. - Piscou e aproximou-se, com um sorriso não de odioso, mas diabólico em seu rosto. Não contava com gracinhas, aliás, um movimento brusco e 'let the flames beggin'.. Avançou um pouco mais amistosamente, fazendo em seguida uma reverência irônica ao ex-ministro. - Sr. Lupin, mas que honra ter o ex-ministro foragido aqui. - Virou o olhar para o homem que o acudia - E...? - Não reconhecia aquele homem, mas pelo visto não era um qualquer; penetrar no ministério não seria uma das tarefas mais fáceis, mesmo que fossem todos uns coxinhas pau-mandados. Parecia que o grito descontrolado do torturado Jason havia afetado a audição de Teddy. Aquilo era novidade para ele também, nunca havia chegado a um estágio tão deplorável de sua maldição, muito menos sob efeito de tortura. - Culpa do bonitão ali. - Disse apontando a varinha para Deko e em seguida fazendo com que fosse arremessado corredor a fora, para que fosse mais uma vez queimado pelo fogo e possivelmente devorado pela cobra, ou envenenado por esta. Em nenhum momento demonstrou hostilidade contra o ex-ministro, seu aliado e o 'lobo', embora esperasse que este viesse a latir e a uivar. Caminhando mais alguns passos apoiou-se na parede, próximo aos dois, ainda com a varinha em mãos e um rosto um tanto quanto sínico e irônico, ainda com a varinha em mãos e sobrancelha arqueada. - Então, lógica do inimigo em comum. Vamos conversar? - Cessou o sorriso tomando então uma feição séria, agora tratariam de negócios e pelo menos deveria aparentar como o tal. Muita coisa estranha e muita coisa nova, pelo visto os bons bruxos não estavam todos mortos e alguma coisa séria acontecia e ele não podia ficar de fora do jackpot. Pelo incrível que parecesse, hora de falar, sem truques, sem trapaças.
Deko Càminn Aurores
Mensagens : 23 Data de inscrição : 06/09/2013 Idade : 52 Localização : Desconhecida
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Sex Jan 10, 2014 8:23 pm
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ㅤㅤ O corpo de Càminn foi lançado para alguma direção depois de um movimento de varinha do loiro. Misericordioso Jason. ㅤㅤ Deko voou pelo corredor e, quando tocou o chão, deslizou pelo piso de pedra polido. Sua mão ainda segurava fortemente seu artefato e dava pra ver os nós de seus dedos esbranquiçados de tanta força que fazia para manter consigo a relíquia de sua família. Inconsciente, não sabia de mais nada que estivesse ao seu redor, nem mesmo do fogo, nem da gigantesca víbora que rondava o ministério. Sem poder se defender, nem fugir, permaneceria ali, entregue ao destino ou aos cuidados de quem quer fosse: amigos, Ted e Okres, ou inimigos... Dolley. ㅤㅤ Mas isso não poderia ser o pior, não é mesmo? Afinal, Jason tinha compactuado com a sorte — ou, caro leitor, depois de todo esse tempo podemos começar a cogitar uma aversão da mesma com o auror francês. ㅤㅤ Mais cedo naquele dia Deko esteve no escritório do ministro da magia, Gabriel Catena, em busca de informações sobre Savage. Ao fazer uma pausa, preferiu manter os arquivos em segurança, escondendo-os magicamente sob o casaco. Pois bem, naquela movimentação repentina, ao escorregar pelo saguão, os arquivos desprenderam do sobretudo negro de Deko e, isolados, ficaram próximos ao corpo estendido de Càminn. ㅤㅤ O que seria aquilo e o que aconteceria? ㅤㅤ Algo de importância ministerial estava agora em risco. Longe dos cuidados do auror — inconsciente —, o arquivo sobre o personagem mais importante do mundo bruxo no momento estava vulnerável. O fogo maldito lhe consumiria? O basilisco lhe destruiria? Ou algum outro bruxo o tomaria para si? ㅤㅤ Savage, você está em jogo.
Teddy Lupin Feiticeiros Distintos
Mensagens : 10 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 54
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Dom Jan 12, 2014 7:56 pm
Teddy Lupin
Eu confesso que estou sempre com medo, sempre envergonhado do que está dentro de mim.
Permaneceu atento a cada movimento que poderia vir de Càminn, mesmo que mínimo e sorrateiro este poderia ser capaz de qualquer coisa sendo que ainda não acreditava na integridade de Lupin. Deveras, era algo compreensivo, pois lembrava dos olhares dos membros da Ordem de Merlin quando esteve dentro de sua sede pedindo afastamento, assim como se lembrava das ameaças que recebeu de alguns quando Adrienne a conselheira interviu ao seu favor. Lukas não estava presente, mas pela posição do mesmo, sabia que este também o defenderia contra os ex-aliados se fosse preciso. Sua varinha continuava firme em mão, e instintivamente fora apontada para a face de Okres quando sentiu o condão sendo apontando contra a sua. Não sabia ao certo se deveria confiar, mas pelo pouco que conseguia ouvir, ele gostaria de saber do que se tratava “invadindo” a mente conturbada do ex-ministro. Como sempre corajoso, Dougie já havia visto do que se tratava a mente de Lupin, e que a besta que se encontrava ali dentro mudava totalmente a mentalidade feita sobre a vista de um bom rapaz, ao mesmo tempo que poderia ser bondoso e generoso, a frieza e a vontade de matar lhe tomava conta demonstrando então que não se passava apenas de uma cabeça bipolar dividida por duas mentes incrivelmente opostas. - Fique ciente de que qualquer movimento em falso, e qualquer alteração vinda da minha cabeça eu acabarei com suas oportunidades em míseros segundos. Pois ainda não sei o que está fazendo aqui e tampouco o que pretende… - Sussurrou, seco e arisco. Parecia querer avançar a qualquer momento, uma besta pronto para cravar os dentes na outra que surgia rente ao seu corpo. Seus olhos ainda claros, focaram na parede remodelada ao fundo e então voltaram ao normal dando lugar apenas a visão turva de Lupin. Não usava mais de seus sentidos apurados, pelo fato de a qualquer momento Dolley reaparecer insano com sede de sangue. - Faça… - Aproveitou a deixa abaixando a varinha. Suspirou e ficou no aguardo do que ele poderia encontrar ali, Teddy não sabia de nada em respeito a briga dos demais, tudo o que havia presenciado eram apenas fatos que apenas quem os conhecesse poderia discernir sobre a rixa, tendo em vista que havia presenciado todos os movimentos desde que Jason se libertou avançando furiosamente contra Deko. Sua audição aos poucos voltava ao normal, quando algum tempo havia se passado e sequer uma palavra foi dita quando a parede veio a ruir e logo em seguida três novos feitiços sendo lançados corredor a fora em outra direção. Eram rápidos o suficiente para não serem discernidos, provavelmente algum de proteção ou apenas mais dor de cabeça para o Ministério. Teddy havia se distraído o suficiente para não ver Dolley se aproximar, só se deu conta quando sua atenção fora chamada ao ouvir seu nome. Seus olhos percorreram de Dougie ao lobo e por fim ao terceiro bruxo que tinha se aproximado, não ousou falar, não era de cortesia para com bruxos considerado loucos. Lupin ouviu a frase a seguir e depois observou Deko ser lançado corredor a fora, desacordado e provavelmente seria atingido pelo fogo se não acordasse a tempo. O ex-ministro sem se importar se seria atacado ou não ergueu a varinha novamente, agora direcionada ao auror francês e mentalizou um feitiço o qual fez seu corpo levitar e ser depositado longe das chamas que se erguiam novamente em volta de todos naquela sala. Sua expressão era de calmaria e pouco se importava com o que viria a seguir, se Dolley quisesse realmente conversar não ousaria erguer a varinha contra dois bruxos tão perto, ainda mais se tratando de dois visivelmente mais forte e resistentes a feitiços que aqueles três aurores suicidas. Por um instante focou sua visão nos papeis que haviam sido jogados do casaco de Càmmin e com um ultimo floreio trouxera os mesmos até suas mãos, dobrando-os sem interesse de visuliza-los perto dos demais. Avaliaria a situação primeiro, antes de devolver ao seu dono. - Espero que tenha conseguido “coletar” o suficiente, apesar de não achar que tenha sido útil ou que tenha apenas bisbilhotado apenas no acontecido. - Sorriu sem vontade, parecia cansado, mas para quem o conhecesse estava mesmo era abalado pela presença de Okres. Já tinha cruzado varinhas no passado contra Dallas, não gostaria que desta vez tivesse de enfrentar Dougie e no fundo, torcia para que este ainda fosse seu aliado.
Jason Dolley Feiticeiros Distintos
Mensagens : 25 Data de inscrição : 05/09/2013 Idade : 53
Assunto: Re: Escritório Superior do Líder dos Aurores Seg Fev 03, 2014 9:32 pm
Mas que afronto ser ignorado! Deveria apontar a varinha e matá-los de uma vez só. Tamanha ousadia era de imensurável incômodo. Olhou para os dois que ainda conversavam e ergueu a varinha, e com uma feição de ódio por-se-ia a atacar, até que tendo uma ideia melhor tomou um semblante irônico e sorridente. Aproveitando da aparente distração do ministro e de seu aliado misterioso, Jason resolveu "terminar" as coisas e sair dali. Andou para frente acenando e dando um sorriso, fez uma breve reverência à "majestade", acenou com a varinha desfazendo a parede de fogo maldito, fazendo com que aquelas chamas risonhas espalhassem-se para sua passagem. - Até a próxima, Lupin. - A voz seca foi breve e pronta no objetivo, de fato se encontrariam mais vezes, até por conta do motivo da visita do ex-ministro, foragido, ao ministério. A labareda imediatamente reconstruiu-se com a passagem de Dolley, que com a varinha apontada para baixo e andando com um sorriso diabólico no rosto, deixava um rastro do fogo maldito pelo chão que passava a consumir todo o o corredor, como se alguém tivesse explodido uma bomba por ali. Os aprisionaria ali até que alguém forte o suficiente desfizesse as chamas e o melhor, se não morressem, porque não era sua intenção matá-los, saberia o quão bom eram esses bruxos e o quanto valeria a pena tê-los ao seu lado ou não. Os passos continuaram até o fim do corredor, assim como o rastro de destruição, quando, antes de deixar o local, cessou a caminhada e findou o sorriso, mostrando agora uma expressão momentânea de insatisfação à medida em que cerrava a varinha entre os dedos virando-se para trás, sibilou, whispering still, um feitiço de sanção à afronta. - Lupus Evanesca - e o feixe semi-transparente atravessou as chamas, que lhe cediam passagem como súditos a uma autoridade máxima, indo de encontro ao lobo a fim de carregar consigo seu último sopro de vida. Agora sairia antes que amanhecesse, afinal, a hora passava em qualquer lugar do mundo, até mesmo no ministério. E levava consigo não só o sabor de uma vitória sobre quem pensava ter vencido, mas também a tranquilidade de saber que ao deixar o ministério, não estaria lá no momento em que decidiriam os culpados por tal crime. Sobraria Ministério?
Voilà.
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