O velho moinho de milho da cidade se encontrava exatamente a lesta da plantação do cereal e rezava a lenda que o espantalho que ornamentava o centro do milharal outrora fora dono da instalação. O lugar ainda guarda traços da glória dos dias passados, com as pás sempre em movimento, mesmo sem água para fazê-las funcionar. Porém, qualquer glória que um dia existiu para por aí, pois o lugar – assim como resto da cidade – está caindo aos pedaços. As pedras negras que o sustentam, assim como a madeira podre que os da forma, está totalmente manchada. As manchas vão desde o musgo que se acumulou até marcas de sangue que de alguma forma são impossíveis de ser retiradas. Entretanto, o lugar é um dos poucos – senão o único – que não é visitado pelos dementadores, mas ao invés do clima do lugar ser agradável, na verdade ele se torna pior do que o resto da cidade. Ao entrar no moinho se depara com uma enorme sala inteiramente coberta de palha e estrume, enquanto as paredes são totalmente revestidas de couro de centauro. Ao centro do salão encontra-se uma mulher pequena, negra, com apenas um olho e nenhum cabelo em todo o seu corpo e com a fama de ser uma das melhores clarividentes vivas. A mulher chama-se Cerita e, se não fosse pelo seu único olho que se movimenta constantemente, poderíamos dizer que está morta. A sua frente encontra-se um enorme tronco de carvalho, que lhe serve de mesa, lotado de instrumentos para sua adivinhação; uma bola de cristal, tripas de animais e diversas cartas. Cerita não atende qualquer um e ignora aqueles que não deseja atender, como se não estivessem em sua presença. A um segundo andar no moinho, nas mesmas condições do primeiro e com vista para a plantação.