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 A Ponte da Morte

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MensagemAssunto: A Ponte da Morte   A Ponte da Morte I_icon_minitimeSeg Set 09, 2013 11:20 pm


Dark City


A Ponte da Morte
 

Longe de qualquer estabelecimento da cidade, quem entrasse em um matagal aparentemente interminável, encontraria um dos tesouros mais abrangentes de uma terra perdida. Uma lagoa de águas embaçadas, bastante densas e perigosamente fundo, interrompia o caminho. O que mais chamava a atenção, ainda sim, era a ponte de madeira cortando-o de fora a fora. Não se podia atravessar para o outro lado, era necessário cruzá-la. Balançava em dias de ventaria e em dias de calmaria também. A lenda diz que a ponte engole seus convidados com corações puros e por matar centenas de bruxos e trouxas, ganhou o nome que tem. A madeira escurecida e envelhecida dava a sensação de queda repentina para quem ousasse atravessar. Há boatos e provas que quem clamar por uma visita de algum morto em troca de um pouco do próprio sangue derramado nas águas, receberá ela pelo tempo que merecer ao seu lado na ponte.
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Jason Dolley
Feiticeiros Distintos
Jason Dolley

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MensagemAssunto: Re: A Ponte da Morte   A Ponte da Morte I_icon_minitimeTer Set 10, 2013 2:05 pm

O local, ponte da morte, era conhecido pelo bruxo por toda a treva envolvida em sua estrutura e história que derivavam dos mais estranhos desaparecimentos e assassinatos daquela parte do mundo bruxo. De fato não seria o melhor lugar para passeios e muito menos reflexões, mas havia algo a mais, mítico, que atraía a atenção de Jason ao local. Já fazia algum tempo que seu filho, Tim, havia sido assassinado por seu pai, Balthier (que agora havia deixado um fragmento de sua alma dentro do bruxo), e haviam evidências de que aquele local servia como uma espécie de ponte entre os mortos e os vivos. Pois bem, hora de enfrentar o passado e uma das piores consequências com relação às escolhas tomadas sob o imperativo do poder.

Aos que potencialmente estivessem observando, era possível notar uma distorção do ar no que se dizia  respeito a efeito visual. Diferente dos feixes de luzes douradas, que por muito tempo foram a marca das locomoções mágicas do bruxo (do voar ao aparatar), essa forma de aparição era muito mais discreta e silenciosa do que já foi algum dia. Próximo a beira da ponte da morte, surgia Jason com sua varinha na mão e um olhar profundamente sério. Caminhou até o meio desta enquanto respirava profundamente, não parecia estar nas piores condições que em outro momento estivera: sem cicatrizes e marcas reluzentes, sem sangue escorrendo pelo nariz, sem desespero e sem destruir tudo ao redor. Olhou para as águas profundas do lago enquanto esticava seu braço esquerdo, puxando uma das mangas de forma a deixar seu ante-braço descoberto. Com a varinha na mão direita, apontou para seu pulso e imediatamente alguns cortes foram feitos de forma a derramar sangue no lago. Fechou os olhos e pensou naquele que gostaria de ver, projetando em sua mente a imagem de seu filho: "Tim...". Abriu os olhos um pouco decepcionado e sem muita fé ao não ver em sua frente nenhuma imagem flutuante. Não ouviu nenhuma voz, nem mesmo passos. O vento soprou e a medida que este o fazia a ponte rangia. Virou-se para ir embora quando dando meia-volta arregalou os olhos ao ver a imagem de seu filho projetada na direção que virava. - TIM! - Finalmente uma pequena sensação de alívio na mente de Dolley. Seu filho sorria, mas balançava a cabeça negativamente; de fato reprovava o monstro que o pai havia se tornado, mesmo sem culpá-lo por sua morte. Ao esticar a mão para tocar o espectro, em uma tentativa um tanto quanto impensada, seus dedis ainda sujos de sangue atravessam a projeção seguidos da dor mais profunda que já sentiu na sua vida. - Se cuide, pai. - Foi tudo o que seu filho disse antes de desaparecer, como uma transmissão interrompida. O sonho de rever o tão querido falecido filho não se passou da maneira idealizada, aliás, por quê diabos as trevas permitiriam aflorar em Jason as poucas coisas que lhe restavam de sentimentos bons?! Olhou para os céus, desesperado, enquanto uma única lágrima saía de seus olhos; mal sabia ele que era a última vez que seria 'humano' o suficiente para chorar.

A lágrima tombou no chão de madeira praticamente podre e ecoaram como se uma barreira de contenção tivesse sido arrebentada e uma cidade estivesse sendo inundada. A medida que a raiva e a tristeza dominavam os sentimentos do bruxo, a água do lago começava a se agitar, assim como a ponte vibrava e ruía. Abaixou a cabeça e a secou com a mão, agora com uma expressão de ódio e vazio em seu rosto. Alguns flashes se passaram em sua cabeça como um filme, desde a notícia da morte de seu filho até o dia em que supostamente teria assassinado seu pai. Morria ali o último fragmento de bondade e esperança que carregava consigo.

Desapareceu assim como chegou, não voltaria ali tão cedo. Sua vida havia se tornado, oficialmente, um inferno.
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