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 Grandes Jardins

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MensagemAssunto: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeSáb Set 07, 2013 11:26 am

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Gabriel Catena
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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeSeg Set 09, 2013 11:50 am

Grandes Jardins 220px-Polar_Bear_-_Alaska

Pouquíssimas pessoas sabiam, mas havia uma ligação entre a mata que cercava Durgsweet e a que cercava Durmstrang. Valendo-se de ser um dos poucos que também entendia da localização, Gabriel facilmente adentrou, ainda como urso, os Grandes Jardins, seu antigo refúgio nos tempos de escola. "Ando muito saudoso ultimamente. Isso não é bom.", cedeu-se a pensar.

Com passos macios, caminhava despreocupado pelos arredores dos jardins. Ah, como sentia falta daquele lugar! Por mais que ganhasse bestialidade, Gabriel ainda era muito mais humano do que animal, e permitia-se ter sentimentos humanos, mesmo em forma de urso.

Sentou-se na relva, próximo da pequena colina que circundava os jardins, e fitou com deslumbre os pequenos bancos que ali ficavam. Fixados em forma circular, fora ali um grande atrativo para os alunos - e para si mesmo. Não pôde deixar de recordar que, certa vez, enquanto namorava, o então rapazote Lockhart e sua horda de primos pregaram uma peça que, à época, o irritara, mas hoje só o fazia rir. Dezenas de bombas de bosta foram atiradas em si e em sua namorada que, antes em meio aos beijos, pôs-se somente a esbravejar e resmungar.

"A vida era tão fácil naquela época...", pensou. Transformando-se lentamente em humano na medida que se aproximava dos banquinhos, viam-se pequenas lágrimas formarem-se em seus olhos. Parou defronte ao local, sacou sua varinha e disse: - Bombarda., destruindo aquele infame localzinho. Não podia e não queria se lembrar. Era melhor assim, pensou. Que o diretor se entendesse com ele, mas sabia que este não o faria, afinal. De olhos fechados, desaparatou dali.
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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeSáb Out 19, 2013 6:48 pm

Desaparatou junto as flores por nenhuma razão em especial. Não se preocupou com o horário, pois não se importaria em esperar o tempo que fosse preciso. Ainda não conseguia acreditar no que havia lido... Será que era mesmo verdade? Se fosse, e começava a desejar que não, não sabia como iria agir. Fazia tanto tempo e outras tantas coisas haviam acontecido que Gabriel não tinha ideia de como reagir.

Passado o susto inicial, pensou melhor naquilo tudo... Como pôde ser tão ingênuo? Poderia ser ela? Sim, poderia, mas também não. Alguém que conhecesse a vida do ministro certamente saberia que seu maior ponto fraco eram as pessoas próximas; por elas, faria tudo, ultrapassaria qualquer limite e desrespeitaria qualquer lei. Até mataria. De repente, não se sentia mais seguro. Era muitíssimo provável que aquilo tudo fora armado para levá-lo ali, tirá-lo alguns momentos de ação. Pensou novamente em Deko. Confiava na capacidade do auror. Confiava na inteligência e no bruxo que ele era, mas agora sentia que havia abandonado o amigo naquele local. ”Tudo ficará bem...”, forçou-se a pensar. Mesmo com todos esses pensamentos de possíveis reveses, não teria coragem de abandonar aquele lugar.

Somente quem era animago entendia aquela sensação. Não, somente quem era um exímio animago entendia a sensação de poder e segurança que a forma bestial oferecia. Gabriel pensou, certo de que o urso polar ofereceria um refúgio, com todas as sensações da fera, seus extintos e sentidos mais apurados, que talvez fosse uma boa ideia transformar-se em urso. Havia também o fato que passaria a ver novamente, pois sua visão era reconstituída sob essa forma. Sem mais perder tempo, sacou a varinha, apontou-a para a própria testa e transformou-se em urso.

Sentiu a costumeira sensação de ter o corpo ganhando força, gordura, pelos e dentes... E transformou-se em um urso polar. Com as passadas leves, trotou desajeitadamente até uma moita próxima e lá ficou.
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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeTer Out 22, 2013 6:22 pm



ㅤㅤ ㅤO perfume que inundou o terreno dos jardins de Durmsntrang evocava um espírito característico. Era uma mistura floral/frutal que impregnava a pele da loira, combinando com sua essência, e revelando sua chegada tardia ao encontro outrora marcado.

ㅤㅤ ㅤEra como se Ditte Meinhartt tivesse entrado em um transe profundo por longos dois dias, e em seu único momento de lucidez em 48h, pensou apenas em correr para Durmstrang.  

ㅤㅤ ㅤA pequena silhueta da loira pôde ser vista assim que atravessou o caminho até os Jardins. Era um lugar estranhamente familiar, mas por mais que se esforçasse, não reconhecia nada por ali. - Ai ai ai, estou perdida..! Murmurava sozinha, enquanto coçava a cabeça com a mão esquerda.

ㅤㅤ ㅤDitte se tornara uma mulher incrivelmente bonita. Sua pele pálida e bochechas rosadas continuavam iguais. Seus olhos azuis, grandes e brilhantes se destacavam junto a um nariz arrebitado e lábios finos naturalmente rosados. Os cabelos, longos e ondulados, brilhavam à luz da lua, em um tom loiro perolado.

ㅤㅤ ㅤQuase poder-se-ia tê-la como albina, de tão frágil e pálida sua aparência naquela noite. Usava sapatos de salto alto pretos, calças de tecido jeans escuro, e uma camisa bege com botões dourados e mangas compridas que lhe caíam ate os pulsos, exibindo mãos finas e desnudas. - Alô? Chamou em seus últimos minutos de lucidez, olhando a escuridão das árvores mais adiante.
ㅤㅤ ㅤEla olhou por cima do ombro ao pensar ter ouvido um ruído. E quando mirou novamente o horizonte, já não sabia onde estava ou como havia chegado até ali. Os olhos azuis imediatamente perderam o brilho, e suas mãos tornaram-se tensas e seguraram o ar alucinadamente. Sem qualquer aviso a respiração da mulher perdeu o ritmo, e passos vacilantes para trás fizeram-na cair sobre a grama fofa. Ditte Meinhartt estava perdida em sua própria mente, dando lugar à trouxa que se tornara nos últimos anos. Agora, sem entender, não se encontrava mais no conforto de seu apartamento, mas em um jardim escuro e desconhecido.


D. Meinhartt

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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeTer Out 22, 2013 8:41 pm

Gabriel mal pôde acreditar no que via e ouvia. Então, era verdade mesmo. Então, não era uma armadilha forçada pelo Senhor Daguerreo em reprimenda a libertação emergencial de Savage feita pelo ministro. O que via, sob a forma de urso, seus olhos não acreditavam. Pensou em ficar ali, assim, parado naquela moita para sempre, apenas observando-a. De repente, soube que possuía uma nova lembrança para usar em seu patrono.

Antes mesmo de pensar em caminhar, exitou. Não sabia exatamente o motivo, mas deteve-se. Estava tenso, não raciocinava direito. Não sabia como agir. Simplesmente seu mundo inteiro havia virado de pernas para o ar. Pegou-se pensando, emocionado: “Será mesmo que sou merecedor?”, quis saber. Se era ou se não era, não soube. Sentiu vergonha de si mesmo, do medo que teve daquele encontro, da falta de confiança naquelas letras finas.

Estacado, ficou observando a pequena, linda em suas vestes, chamando por alguém, com aquela voz fina, que, estranhamente, ela parecia não saber quem. “A talentosa bruxa continua a mesma menina meiga...”. Olhando para si, comparou no que tinha se tornado... Nos sacrifícios que havia feito... Nas pessoas que havia perdido... De repente, sentiu vergonha de estar escondido sob a forma animal e não estar ali, parado, de braços abertos para receber o que quer que fosse dela.

- rrrpuhm!

Mal teve tempo para iniciar uma calma transição e apresentar-se dignamente e a cena protagonizada por Meinhartt havia provocado uma agitação em si. Desfalecida e subitamente sem força – perdera inclusive a tonalidade de sua pele, pôde observar; esta tornara-se mais pálida -, a mulher entregou-se ao que quer que fosse que havia lhe acometido e, até mesmo então, com graça, foi caindo, aparentemente desmaiada, de encontro ao chão.

O mais rápido que pôde, irrompeu de sua moitinha e, num instante, não era mais o urso polar de momentos atrás. Teve, sabe-se lá como, tempo somente para pôr suas calças e, com uma pegada firme, porém cuidadosa, impediu que Ditte caísse no chão. Pôde, agora mais perto, ver as estranhas oscilações do poder mágico dela. Era como se o mesmo estivesse deixando de existir...

Sem perder tempo com devaneios, beijou delicadamente a testa de Ditte e, com um toque cuidadoso, removeu o cabelo da frente de sua bela face. Com uma voz calma e serena, sussurrou emocionado, enquanto aproximava a sua eterna menina de seu peito.

- Pronto, pronto... Eu estou aqui... Eu estava esperando você... – E, já mais para si mesmo do que para ela, falando baixinho, completou: - Eu sempre estive esperando você...
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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeTer Out 22, 2013 9:24 pm



ㅤㅤ ㅤNão havia cor em seu rosto, sequer em seus lábios. Não havia brilho em seus olhos, e seu corpo parecia menor e mais frágil que nunca.

ㅤㅤ ㅤNem sempre as coisas acontecem como se espera. Em seu momento de lucidez, Ditte Meinhartt tinha imaginado o melhor e mais caloroso encontro de todos os tempos, com direito a borboletas no estômago, lágrimas, abraços que durariam longos e longos minutos.

ㅤㅤ ㅤAgora, entretanto, sua mente a dominara, tornando-a uma mulher horrorizada. Com um grito mudo preso na garganta, encarava o homem seminu, que outrora não era nada menos que um gigantesco urso polar. Em segundos ele estava a seu lado, segurando-a pelas costas, encostando o corpo quente em seu corpo completamente gelado e delirante. A loira estava enjoada, suava frio, e tentava, em vão, agarrar o ar da noite com os dedos pálidos.  

ㅤㅤ ㅤGrandes traumas têm o poder de destruir vidas. E com a bruxa não foi diferente. Ela perdeu a razão pouco tempo depois de se formar, e agora não passava de uma mulher solitária de costumes trouxas. - Não, não! Repetiu aos murmúrios quando viu o homem aproximar o rosto de si. Suas súplicas se mostraram inúteis quando os lábios úmidos do homem tocaram sua testa fria, e como um choque aquele beijo trouxe de volta sua lucidez.

ㅤㅤ ㅤDitte Meinhartt encarou o rosto do homem que lhe segurava nos braços, enquanto o toque delicado lhe afastava os fios loiros da face. Por um momento os olhos da mulher faiscaram, e os braços renovados de força envolveram o pescoço do Ministro em um abraço forte e inabalável. - Biel! A costumeira voz doce escapou seus lábios, embargada pela emoção do reencontro. Não havia desespero, nem medo, nem insanidade, havia apenas saudade.  

ㅤㅤ ㅤSem que pudesse conter, sentiu seu corpo se aproximar do dele, em uma posição estranha, mas confortável. Seu rosto, pálido e frio, tocou a pele do homem, enquanto suas palavras traziam um bum de lembranças inesperadamente vívidas à sua mente. - Ahrr.. Uma dor alucinante em sua cabeça fez com que perdesse novamente as forças em seus joelhos, e seu corpo pendeu, preso apenas pelos braços do homem.

ㅤㅤ ㅤInstável, a loira perdeu novamente o pouco de sensatez que lhe restava, começando a se debater para se ver livre daquele desconhecido. - Por favor, não faça nada comigo! Eu não tenho dinheiro, nem emprego, nem família.. Por favor, não faça nada comigo! O pranto da mulher desesperada e infantil ecoou pelos terrenos - vazios à tal hora da noite. O medo da violência dominou o corpo magrelo da mulher, que de forma alguma conseguiria se defender. As súplicas voltaram a acontecer.. enquanto mãos frágeis tentavam empurrar os braços do homem para longe. Por favor.. Implorava em murmúrios inaudíveis.


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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeQua Out 23, 2013 6:11 am

Gabriel pensava convicto, que não existia força no mundo capaz de desestruturá-lo. Ledo engano. Acabara de encontrar a tal força que, associada àquela voz, simplesmente desconstruiu qualquer barreira que este implantara após anos e anos. Os braços frágeis da menina envolveram-no em um caloroso abraço, que Gabriel retribuiu com tangível emoção. Mais uma vez naquele momento – e provavelmente não na última – pensou em ficar daquele modo para sempre, sem mais preocupar-se com nada.

De repente, soube que não possuía mais somente uma nova memória para seu patrono.

Subitamente, após o que pode sentir como sendo um dos muxoxos que sabia que ela sempre emitia – e que saudade daqueles muxoxos! -, Ditte pareceu imersa em uma realidade completamente distinta, e aparentemente ignorando a antes forte e calorosa presença de Gabriel.

O que está acontecendo com ela?!”, perguntou-se o ministro. Essas oscilações, essas múltiplas facetas, esse aparente constante limbo entre a sanidade e a loucura... Transpirando, provavelmente de preocupação, Gabriel segurou a diminuta mão direita de Ditte com firmeza e, compenetrado, disse para a menina-mulher. “Será que..?

- Agarre-se a minha mão, seja lá onde quer que você esteja. Lembre-se quem sou. Lembre-se que eu jamais faria algo para você que não fosse o melhor.

Com a outra mão livre, apanhou a varinha que estava no bolso da calça e, rasgando o ar com pressa, conjurou ñ-vbl diversas vezes o feitiço Accio, apontando para o instituto. Esperava conseguir um pouco de água. Largou sua varinha no chão e, vendo que a feitiçaria fora bem sucedida, rasgou um pedaço de sua calça, umedeceu e pôs-se à assear a testa da menina.

- Vê? Estou aqui e não mais irei embora! Como sempre estive, estou cuidando de você. Vamos, Ditte, agarre-se a minha mão e veja que eu estou aqui!
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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeQua Out 23, 2013 6:14 pm



ㅤㅤ ㅤ A mente corrompida por uma falsa lembrança tornara a mulher uma pessoa triste e desesperada, nessa  altura, foi abordada por um suposto bruxo das trevas e torturada por dias e dias em uma cabana abandonada na floresta, tornando-se doentia. Como havia escapado ela não sabia. Na verdade, naquele momento, não sabia sequer quem era.

ㅤㅤ ㅤNão por menos, sua mente bloqueou todas as lembranças de seu passado, defendendo-a dos traumas que, em pouco tempo, dominaram sua sanidade. Quando acordou, desnutrida e fraca, estava hospedada na casa de uma velha senhora em um pequeno vilarejo da Alemanha.  Àquela altura de nada se lembrava, nome, descendência, amigos. Foi a partir de então que assumiu sua nova identidade, como trouxa e nova inquilina daquela Senhora.  

ㅤㅤ ㅤAlgum tempo depois, a loira começou a se lembrar de sua identidade. Seu nome e sobrenome não comuns naquele país, porém, em nada ajudaram na busca para encontrar resquícios de sua juventude. Anos depois, aquela Senhora, também solitária, que a adotara, faleceu. Em seu testamento, e como única herdeira, ninguém menos que Ditte Meinhartt.

ㅤㅤ ㅤClaro que a loira não herdou grande fortuna daquela mulher que a adotara como sua mãe, mas foi suficiente para pagar novos estudos, em uma faculdade de química. A partir daí, como melhor aluna de sua classe e destaque acadêmico do curso, a mulher passou a ser convidada para fazer grandes pesquisas em laboratórios particulares. E desde então vivia sua monótona vida de trouxa, com pequenos vultos de memória do seu passado. - Me largue! A loira deu um puxão no braço, quando teve sua mão firmemente segurada pelo homem seminu à sua frente.

ㅤㅤ ㅤEra como se uma dupla personalidade tivesse surgido nos três dias anteriores, ora ela era a conhecida bruxa de Durmstrang, cujo futuro foi destruído. Ora era apenas uma trouxa instável e solitária, que jamais se arriscava em lugares como aquele. - Já pedi para me soltar! Ela pediu. Ignorando as palavras do homem. Jamais o vira na vida, ele certamente estava confuso. Talvez estivesse drogado, vez que balançava um pedaço de madeira e andava sem roupas em plena noite.  

ㅤㅤ ㅤOu talvez fosse ela. Constatou, ao ver que uma pequena jarra de água vinha flutuando em direção a eles. Estava alucinando, decretou, mirando os olhos do homem com seus grandes olhos azuis. Por dentro ela tentava dominar o medo, respirou fundo por diversas vezes, acreditando que assim logo retornaria à sobriedade. Mas não funcionou. Ele estava mais corpóreo e próximo que nunca.  - Por favor.. Ela implorou, puxando novamente o braço, tentando afastar o rosto do pano úmido com o qual ele lhe tocava a testa.

ㅤㅤ ㅤEra desesperador vê-la naquele estado lamentavelmente instável e fraco. Eu estou delirando.. Ela repetia para si mesma, sentindo-se febril e confusa, prestes a vomitar. Foi então que, novamente, sua cabeça irrompeu em uma dor estupidamente forte. Com um grito agudo a mulher se agarrou aos braços do homem, lamuriando antes de perder os sentidos. Será que Ditte Meinhartt enlouquecera?


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MensagemAssunto: Re: Grandes Jardins   Grandes Jardins I_icon_minitimeQua Out 23, 2013 6:40 pm

Sentia-se confuso. A menina, em todo o tempo, pedia que este a soltasse. Vez ou outra o agredia com seus punhos delicados e pequenos. Aqueles soquinhos, percebeu o ministro, causavam-lhe uma dor superior a que sentira durante todas as seções de infusão nas trevas que fez com Lawliet. A mera recordação de tais atos fez com que seus olhos doessem e que suas cicatrizes, ardessem como se estivessem em chamas. Cerrou os dentes e esforçou-se para não demonstrar fraqueza; isto certamente era a última coisa que Ditte precisava.

- Ouça minha voz! Agarre-se a ela! – Disse alto, o ministro. Era inútil, contudo. Tudo que estava conseguindo, pôde notar, era atrair a atenção dos alunos que ainda não tinham ido dormir. “Que maravilha... Posso até ver as manchetes de amanhã: Ministro da Magia ataca jovem indefesa nos terrenos de Durmstrang!” Percebeu, contudo, que isto não poderia acontecer. Eram cinco ou seis alunos ali o observando. Com um olhar sério, Gabriel apanhou sua varinha caída e obliviou as memórias de todos eles. “ Sem recordações desta noite para vocês.”

Sentia a voz da pequena cada vez mais frágil e o corpo dela, cada vez mais instável. Seu poder oscilava. Sua magia oscilava. Sua essência oscilava. Com um último grito e um tremelique, decretou fim para aquele jogo de loucura. Ditte expressou o que, para Gabriel, fora o mais desesperador grito que já ouvira na vida. Com uma expressão tresloucada e com olhos turvos, percebeu que ela agarrou-se ao seu corpo antes de perder os sentidos. “ Chega disso... Não vou deixar você sozinha, ainda mais neste estado.”

Vê-la equilibrar-se pela corda bamba da sanidade o fez perceber o quanto, seja lá de que maneira, Ditte precisava de ajuda. E não conseguiria tal ajuda ali, nos jardins de Durmstrang. Ainda com a varinha em mãos, apontou para a moita que estivera escondido e, com Accio !, trouxe suas roupas para si novamente. Junto de qualquer vestígio de sua estádia – e com Ditte bem firme em seus braços -, aparatou dali.
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