ㅤㅤ ㅤ— Merda! — exclamou o francês quando o mesmo surgiu de um vortéx enegrecido, desequilibrando para o lado e caindo de joelhos sobre as folhas secas ao chão. Aparatara rápido demais e, na ânsia de sair da avenida o mais rápido possível, não conseguiu se concentrar em como pousar seguramente. Ele ouvira alguém e, sim, podia jurar que esta pessoa teria o ouvido. — Não, não me viram... estava escuro e creio ter sido rápido o suficiente. E, mesmo que tenham visto algo, jamais associarão aquilo a uma figura humana... eu fui rápido demais, sim, fui... — Levantou, menos ofegante, e finalizou o murmúrio para si mesmo: — Não há a menor possibilidade!
ㅤㅤ ㅤAinda segurando a varinha, passou por um poste ensangüentado: a mancha vermelha parecia estar ali há tanto tempo, no entanto tão lívida. Ficou a analisar por um segundo aquilo e, girando em seus pés, orientou-se segundo seus sentidos rumando para o Sul, região mais agradável da Floresta Cinza; olhar sangue naquele momento era o que ele menos desejava. Quando enfim chegou à região de flores, sentiu seu coração um pouco menos pesaroso. Retornaria para Oxford e se trancaria novamente em Rock Village; esperaria mais alguma notícia de seus tios em Paris, ou até mesmo uma notificação ou chamado do próprio Ministério da Magia.
ㅤㅤ ㅤSua mente então estalou. — As pegadas...!!! — Como pôde ser tão imprudente? Era mais que certo que, se alguém não tivesse sabido o que era aquilo, após uma vaga analisada nas britas haveria de concluir que, com certeza, se tratava de um humano, além disso, um bruxo. Sua mente agora lhe culpava de ter ido àquele lugar: um passeio em Dark City não fora uma boa escolha. A cidade maldita fazia jus a toda aversão que muitas pessoas tinham a respeito dela; respirar seu ar já era um grande mau agouro. — Tenho que sair logo daqui. Podem ter me seguido, apesar de não sentir nenhum resquício de magia por perto...  — E, se aprontando de forma rápida, seguiu para trás de uma árvore — como se precisasse de mais privacidade, desta vez, para aparatar —, e então movimentou sua varinha. Seu corpo girou e sumiu.
ㅤㅤ ㅤRumava para Oxford, já pensando em como justificar sua rápida aventura fora da cidade que lhe prendia por quase vinte anos. Não obstante, ainda não tivera nenhuma reunião com o novo Ministro da Magia — seu antigo colega Gabriel Catena. Já esperava que o mesmo soubesse de sua “sobrevivência” e, apesar de nunca terem tido nenhum atrito quando jovens, não sabia como o mesmo lhe trataria. Ainda sim, mantinha o coração confiante no serviço do novo bruxo mor da sociedade mágica, e acreditava que a corrupção não lhe alcançara; pelo menos não ainda, pelo menos não o jovem Catena que Deko conhecia.